A alergia nos olhos, também conhecida como conjuntivite alérgica, é a reação de nosso sistema imunológico em resposta a um alérgeno. Ou seja, um agente externo que causa irritação.
Esta irritação pode ser causada por substâncias tão diversas como: pólen, pó, fumaça, pelo de animais, poluição, entre outros.
Isso acontece porque, para afastar potenciais doenças, o sistema imunológico defende nosso organismo contra invasores prejudiciais como bactérias e vírus.
O organismo de pessoas com alergia, entretanto, confundem alguns agentes externos por patógenos perigosos.
Dessa forma, o sistema imunológico é acionado para combater o alérgeno, embora a substância seja inofensiva.
Esta reação exacerbada leva a inúmeros sintomas de irritação dos olhos, tais como coceira, vermelhidão e lacrimejamento. Em alguns casos, alergias oculares podem também estar relacionados a quadros de eczema e asma.
E alguns medicamentos de venda livre podem normalmente ajudar a aliviar os sintomas da alergia, mas casos mais severos de alergia requerem tratamento adicional.
Covid-19 ou alergia nos olhos?
Em meio a pandemia de COVID-19, as alergias que surgem tipicamente na primavera, conhecidas como conjuntivites alérgicas sazonais, podem ser confundidas com sintomas iniciais resultantes da infecção pelo Coronavírus.
Sintomas como olhos lacrimejando e nariz entupido são resultantes de uma alergia ou COVID-19?
A resposta para diferenciar sintomas de alergia de sintomas de coronavírus pode estar em seus olhos. Se seus olhos apresentam vermelhidão, coceira e lacrimejamento, estes são sinais de alergia.
Sintomas do coronavírus não costumam fazer com que seus olhos experimentem desconforto com coceira ou fiquem marejados.
Segundo o James M. Huffman, médico oftalmologista americano, “outra grande diferença entre os sintomas de conjuntivite alérgica sazonal e aqueles causados pelo coronavírus é a presença de febre. Quem sofre com alergia não têm febre como sintoma, enquanto pacientes com coronavírus normalmente têm”.
Causas
A origem de toda alergia está em uma reação desproporcional de nosso sistema imunológico a um alérgeno que normalmente é inofensivo.
Quando a substância causadora entra em contato com nossos olhos, certas células (chamadas de mastócitos) liberam histaminas e outras substâncias para combater o agente externo.
É esta reação de nosso organismo que causa a vermelhidão nos olhos, coceira e lacrimejamento.
Inclusive, alérgenos no ar, tanto em ambientes externos quanto internos, podem causar muitas alergias oculares. Estas substâncias incluem:
- Pólen da grama, árvores e flores;
- Poeira;
- Pelos de animais de estimação;
- Fungo;
- Fumaça
- Poluição;
- Ácaros;
- Perfume
Reações alérgicas a perfumes, cosméticos ou medicamentos também podem levar a uma resposta alérgica de nossos olhos. Algumas pessoas podem ser alérgicas, por exemplo, a conservantes presentes em colírios. Dessa forma, essas pessoas devem utilizar colírios sem conservantes sempre que possível.
Algumas vezes, os olhos podem reagir a outras alérgenos que não necessariamente entram em contato com os olhos. É o caso de alguns alimentos ou picadas de insetos.
Noutros casos, algumas pessoas podem herdar alergias oculares de seus pais. Caso ambos os pais apresentem essa alergia, a chance de também apresentar alergia nos olhos é superior do que se apenas um de seus pais tivesse essa condição.
Sintomas
Os sintomas mais comuns de alergia nos olhos incluem sintomas como:
- Olhos com vermelhidão, inchaço e coceira (prurido);
- Olhos lacrimejando e com sensação de queimação;
- Sensibilidade à luz.
Se acompanhada de alergia nasal, outros sintomas como nariz coçando, entupido e espirros. Além desses sintomas, dor de cabeça, dor de garganta ou coceira na garganta e tosse podem complementar o quadro alérgico.
Tipos de alergias nos olhos
Há 5 tipos diferentes de alergia nos olhos e cada uma desses tipos de alergia está relacionado a quadros sintomáticos e causas específicas.
Conjuntivite alérgica sazonal e perene
A conjuntivite alérgica sazonal é o tipo mais comum de alergia ocular. Ocorre com maior frequência durante a primavera, verão e outono em decorrência da variedade de tipos de pólen de plantas no ar. Sintomas típicos incluem:
- Coceira;
- Vermelhidão;
- Queimação;
- Coriza, com corrimento nasal claro e aquoso.
Pessoas acometidas por alergia sazonal nos olhos podem apresentar círculos escuros sob seus olhos. As pálpebras podem ficar inchadas e claridade por se tornar um incômodo.
Os sintomas frequentemente são acompanhados de coriza, espirros e congestão nasal associada com rinite alérgica ou outras alergias.
A coceira pode ser tão intensa levando as pessoas a coçar frequentemente os olhos, o que apenas pode levar a um agravamento do quadro.
Já a conjuntivite alérgica perene ocorre ao longo do ano. Sintomas são similares aos sintomas das alergias sazonais, mas em uma forma mais branda.
Entre as causas, ao invés de pólen de plantas, é mais comum que esta forma de alergia seja causada por ácaros, mofo, pêlos de animais ou outros alérgenos encontrados no ambiente doméstico.
Ceratoconjuntivite vernal
A ceratoconjuntivite vernal é uma forma de alergia ocular mais severa que conjuntivites alérgicas sazonais ou perenes.
Embora ocorra ao longo do ano, os sintomas podem piorar de acordo com as estações. Acomete primariamente meninos e jovens adultos do sexo masculino; 75% dos pacientes também tem eczema ou asma. Sintomas incluem:
- Coceira;
- Lacrimejamento mais intenso e produção de muco espesso;
- Sensação constante de ter um corpo estranho nos olhos;
- Aversão à luz (fotofobia).
Caso não seja tratado, a ceratoconjuntivite vernal pode debilitar a visão.
Ceratoconjuntivite atópica
Este tipo de alergia acomete sobretudo pessoas mais velhas, em sua maioria homens com histórico de dermatite alérgica.
Sintomas de ceratoconjuntivite atópica podem ocorrer em qualquer momento no ano e são similares àqueles da ceratoconjuntivite vernal:
- Coceira intensa;
- Sensação de queimação;
- Vermelhidão;
- Produção significativa de muco que, pela manhã, pode fazer as pálpebras colarem.
Além disso, se não houver tratamento correto, a ceratoconjuntivite atópica pode resultar em uma cicatriz na córnea e em sua membrana delicada.
Hipersensibilidade alérgica de contato
Conjuntivite alérgica de contato resulta da irritação com lentes de contato ou com proteínas das lágrimas que grudam na superfície das lentes. Sintomas incluem:
- Vermelhidão;
- Coceira;
- Secreção mucosa;
- Desconforto no uso das lentes de contato.
Conjuntivite papilar gigante
Associado com o uso de lentes de contato, a conjuntivite papilar gigante é uma forma grave de conjuntivite alérgica de contato na qual há a formação formação de papilas, com ou sem inflamação da córnea, no tarso superior da parte interna das pálpebras. Sintomas incluem:
- Coceira;
- Inchaço;
- Lacrimejamento;
- Secreção mucosa;
- Visão turva;
- Baixa tolerância ao uso de lentes de contato;
- Sensação de corpo estranho dentro dos olhos.
Diagnóstico
O oftalmologista vai primeiramente identificar se o caso se os sintomas vêm de uma infecção ou de uma alergia.
Para identificar sinais de conjuntivite alérgica, o oftalmologista vai realizar o exame da lâmpada de fenda buscando sinais de alergias oculares, tais como vasos sanguíneos dilatados na superfície dos olhos.
Em conjunto com uma anamnese para avaliar a existência de alergias no histórico médico do paciente e de familiares.
O oftalmologista pode testar a presença de tipos específicos de leucócitos nos olhos. Esse procedimento é adotado se a alergia for severa ou se houver dúvida quanto ao diagnóstico de conjuntivite alérgica. É realizada a raspagem de uma pequena área da conjuntiva e o tecido extraído é testado pela presença de leucócitos.
Prevenção
A maneira mais eficiente de evitar qualquer tipo de alergia é evitar a exposição ao agente externo que causa irritação.
Como se prevenir do pólen
Se você é alérgico a pólen evite ambientes externos onde a exposição a pólen será maior. O pólen normalmente está no auge da circulação durante o meio da manhã e no início da noite. Caso seja necessário sair ao ar livre, o uso de óculos pode ajudar a prevenir o contato do pólen com os olhos.
Mantenha as janelas fechadas e use ar condicionado, tanto em casa quanto no carro. Isso vai minimizar a exposição ao pólen e outras substâncias que causam irritação. Realize a manutenção e limpeza dos aparelhos de ar condicionado para que eles não circulem alérgenos em ambientes internos.
Como se prevenir do mofo
Se mofo é o gatilho de seu quadro alérgico, ambientes com alta umidade podem favorecer o crescimento de mofo. Níveis de umidade entre 30% e 50% evitam a propagação do mofo.
Limpe ambientes com alta umidade como banheiros, porões e cozinhas com frequência. Considere utilizar um desumidificador em locais muito úmidos, se necessário.
Como se prevenir do pó
Se o pó for a causa da conjuntivite alérgica, mantenha o ambiente livre de poeira, arejado e, se possível, exposto ao sol. Tenha cuidado especial com seu quarto. Utilize lençol, fronha e roupa de cama antialérgicas.
Lave lençóis em água quente pelo menos a 55ºC. Ao limpar o chão, utilize um esfregão ou pano úmido ao invés de um pano seco ou uma vassoura.
Como se prevenir dos animais de estimação
Se animais de estimação forem a origem da reação alérgica em seus olhos, procure manter os animais fora de casa tanto quanto possível.
É particularmente importante não permitir dividir o seu espaço de seu quarto de modo que você possa dormir em um ambiente livre de alérgenos.
Para o piso, considere opções como piso frio, porcelanato ou outra superfície lisa e de fácil limpeza, no lugar de carpetes ou tapetes, que costumam prender pêlos de animais. Sempre lave suas mãos depois de tocar em seu pet e lave a roupa depois de passear ou brincar com eles.
Finalmente, evite esfregar seus olhos, o que causa apenas mais irritação.
Tratamento
A melhor forma de tratar alergias oculares é evitando contato com os alérgenos que causam a conjuntivite alérgica. Entretanto, isso nem sempre é possível, especialmente no caso de alergias sazonais.
O que fazer em casos de alergias nos olhos?
Alguns cuidados caseiros podem ser tomados para aliviar os sintomas da alergia.
- Não esfregue os olhos: coçar os olhos pode agravar os sintomas da alergia.
- Aplique compressas de água fria: opção para reduzir a sensação de ardência e coceira dos olhos. Basta aplicar uma gaze limpa e molhada nos olhos, no sentido do nariz para a têmpora.
- Não lave seus olhos com soro fisiológico: o sal pode aumentar a irritação dos olhos.
Felizmente há também inúmeros tratamentos que podem aliviar os sintomas alérgicos.
Medicamentos
Certos medicamentos por via oral ou nasal podem aliviar alergias nos olhos, especialmente quando outros sintomas estão presentes. Estes medicamentos incluem:
- antihistamínicos , tais como loratadina (Claritin) ou difenidramina (Benadryl);
- descongestionantes tais como pseudoefedrina (Sudafed) ou oximetazolina (Afrin);
- esteróides, como prednisona (Deltasone)
Injeções contra alergia
Injeções contra alergia podem ser recomendadas se os sintomas não melhorarem com a medicação. Trata-se de uma forma de imunoterapia na qual o alérgeno é injetado em uma série de aplicações.
A quantidade do alérgeno contida injetada aumenta no decorrer do tempo. O intuito dessas aplicações é modificar a resposta do corpo ao alérgeno, ajudando a reduzir a gravidade das reações adversas.
Colírios para alergia ocular
Diferentes colírios, tanto de venda controlada quanto de venda livre, estão disponíveis para tratar alergias oculares.
Os colírios para o tratamento de alergias oculares normalmente contém cloridrato de olopatadina, um ingrediente que pode aliviar os sintomas associados com reações alérgicas com muita eficiência.
Medicamentos de venda livre costumam incluir como ingrediente compostos para lubrificação dos olhos, tais como lágrimas artificiais. Eles colírios ajudam na eliminação de substâncias que causam alergia nos olhos.
Outros colírios contém anti-histamínicos ou antiinflamatórios não esteróides.
No momento da aplicação, colírios podem provocar sensação de queimação ou de ferroada. Qualquer sensação desagrdável normalmente desaparece após alguns minutos. Outros colírios podem ter efeitos colaterais e, por exemplo, causar irritação.
Remédios naturais para alergia nos olhos
Diversos remédios naturais, incluindo o uso de ervas medicinais, têm sido usados para tratar alergias nos olhos com diferentes graus de sucesso:
- Allium cepa: feito a partir da cebola vermelha e utilizado em ataques de alergia, em que observam sintomas como nariz escorrendo, olhos lacrimejantes e espirros
- Euphorbium: remédio utilizado no tratamento de diferentes quadros de sinusite aguda ou crônica.
- Galphimia: de arbusto originário da América Central, este medicamento tem apresentado bons resultados no tratamento da febre do feno, rinopatia alérgica e nas dermatoses alérgicas.
Certifique-se de consultar o seu médico antes de iniciar qualquer tratamento.
Como saber se eu tenho alergia nos olhos? Teste online
Responder algumas perguntas simples pode ajudar a descobrir se você tem uma alergia nos olhos:
- Sua família possui histórico de alergias?
- Durante a primavera ou verão seus olhos costumam apresentar coceira?
- Já teve algum diagnóstico de conjuntivite no passado?
- Você tem alergia a pêlos de animais?
- Você faz uso de algum medicamento antialérgico e descongestionante para quadros de tosse, nariz entupido ou outras alergias?
- Seus olhos começam a lacrimejar quando expostos a determinados cosméticos,como perfumes ou hidratantes?
Caso a sua resposta a maioria das perguntas tenha sido “Sim”, você tem maior propensão a ter conjuntivite alérgica ocular e pode ser importante consultar seu oftalmologista.
Alergia nos olhos e lentes de contato
O uso de lentes de contato é comumente citado por alguns usuários como causas de um quadro de alergia ocular.
Em alguns casos, a conjuntivite está associada a substituição do uso de lentes de contato gelatinosas convencionais por lentes de contato de silicone hidrogel.
De acordo com estudos recentes, a reação alérgica não é necessariamente em virtude do contato com a lente de contato em si, mas decorre do contato com as substâncias que se depositam e vão se acumulando na superfície das lentes.
E, em comparação com outros materiais, as lentes de silicone, as características do material e da superfície favorecem o acúmulo de potenciais agentes externos que podem causar alergias.
Nesses casos, a solução nestes casos está no uso de lentes de contato gelatinosas e descartáveis de uso diário.
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Fontes
American College of Allergy, Asthma and Immunology
American Academy of Ophthalmology¹
American Academy of Ophthalmology²