Cão-guia: quando é indicado e como ter

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O cão-guia é um animal treinado para auxiliar na locomoção de  quem possui cegueira ou outro problema que dificulte enxergar bem para realizar as tarefas do dia a dia.  São inúmeros os benefícios que eles podem proporcionar, mas a liberdade e a independência se destacam.

Como é feito o treinamento de um cão-guia

Os cachorros fazem parte da família de diversas pessoas. São pets leais, amigos e queridos por muita gente. São com essas, e outras qualidades, que os cães podem se tornar companheiros quase que inseparáveis de deficientes visuais. 

Para que se tornem mais do que animais de estimação, os cães-guia passam por um adestramento especial. Como parte da sua preparação, eles são treinados para se locomoverem, ter familiaridade com caminhos, perceber obstáculos e trabalhar em equipe – ele e a pessoa guiada.

Veja todas as atividades que os cães guias aprendem durante o treinamento:

Locomoção

Uma das disciplinas trabalhadas no adestramento é a de locomoção para os lugares mais comuns que o dono do cão-guia costuma frequentar. Esses lugares podem variar bastante, desde pontos de ônibus, casa de parentes, até lojas. 

Familiaridade com trajetos e caminhos

É bastante comum que os cães-guia saibam apenas os locais mais visitados pelo seu tutor. Por isso, é muito importante ter bastante cuidado ao treiná-los para reconhecer novos trajetos. É dessa forma que ele aprenderá a levar a pessoa até novas localidades.

Identificação de obstáculos

A segurança da pessoa guiada é um ponto imprescindível. As ruas do nosso país possuem muitos buracos, há postes colocados em meio às calçadas, por exemplo.

Além dessas situações, é possível que um galho de árvore caia em uma estrada ou algum objeto utilizado em uma construção próxima atrapalhe a caminhada; há ruas desniveladas, subidas e descidas – são inúmeras as possibilidades que colocam o bem-estar da pessoa em risco.

Os cães-guia, antes de conhecerem os lugares frequentados pelo deficiente visual, passam por longos treinamentos de identificação de obstáculos. Assim, eles são capazes de tomar a melhor decisão para garantir a integridade do indivíduo.

Trabalho em conjunto

O dono do cão-guia também possui as suas responsabilidades na hora que de se locomover. Esse entrosamento deve ser estreitado para que ambos saibam o momento certo de agir.

Por exemplo, a pessoa guiada precisa estar atenta aos sinais sonoros para decidir o momento correto de atravessar uma rua. Muitos pensam que essa decisão é do cão-guia, mas não é bem assim. 

O treinamento começa quando os cães ainda são filhotes

Eles são ensinados a responderem a comandos simples como ficar e sentar. 

Após completarem pouco mais de um ano, os animais que alcançam as qualificações necessárias passam para outro nível de adestramento – mais voltado às rotinas de um cão-guia – que dura certa de quatro meses. 

Como parte do processo, os adestradores usam o método de recompensa, em forma de elogios, para estimular o bom comportamento dos animais. Os cães aprendem a:

  • Conduzir um ser humano de um ponto a outro. 
  • Parar quando se deparam com o meio-fio. 
  • Observar os empecilhos em um caminho. 
  • Identificar os perigos no trajeto. 

O que é preciso para um cachorro ser considerado um cão-guia

Para que eles tenham o status de cão-guia, é necessário o cumprimento e aprovação em todas as etapas da preparação. Depois disso, será iniciado o processo de escolha de um dono para o cachorro. 

A pessoa guiada também passa por um processo que o ajudará a conhecer seu novo cão-guia. Essa etapa de aprendizado pode durar cerca de um mês e meio. 

Como os cães-guia são escolhidos para cada pessoa

Não basta que haja alguém na fila para ter um cão-guia, ou que o animal tenha a qualificação para tal. 

A personalidade de ambos precisa estar em sintonia. O comportamento do animal precisa ser compatível com o do seu futuro tutor. 

Por isso, a escolha da pessoa que será conduzida leva em consideração as suas características pessoais e necessidades.

Quanto custa um cão-guia no Brasil?

Por aqui, infelizmente, um cão-guia tem um custo considerado elevado, tornando-o pouco acessível para a maioria da população deficiente visual. 

Estima-se que o valor médio para contar com o animal é de R$ 35 mil. 

Curiosidades sobre o cão-guia

Veja algumas curiosidades interessantes sobre os cães guia

1. Os cães-guia são criteriosamente selecionados

Como vimos, a estilo de vida da pessoa precisa ser compatível com o jeito que o animal tem. Para definir isso, diversos atributos são analisados, como o estilo de vida do dono, aspectos familiares, como é sua casa, se há ou não a presença de pets na residência, hobbies, etc. 

Nem todos os cachorros podem se tornar guias

Poucas raças têm todas as características necessárias para ser bons guias. Normalmente, os cães escolhidos para essa finalidade são: Pastor Alemão, Labrador Retriever e Golden Retriever. Caso a pessoa apresente alergia, os Poodles podem ser adestrados também. 

Eles não podem ser acariciados enquanto trabalham

A tarefa de uma cão-guia requer muita atenção do animal. Quando estão no arreio, significa que eles estão “em serviço”. Afagos no animal podem desconcentrá-lo. 

Os cães-guia não trabalham sozinhos

Eles não têm habilidades para interpretar os sinais de trânsito, por exemplo. Então, como ele e o seu dono conseguem atravessar uma rua? O ser humano precisa fazer sua parte. Nessa situação, ele deve escutar o fluxo de tráfego e sinalizar ao cão que é oportuno passar.

Eles também se aposentam

Todos merecem um digno descanso após longos anos de trabalho. Com esses animais não é diferente. Um cão-guia pode desempenhar suas funções por cerca de 8 anos.

Não é raro que, ao final do trabalho, eles continuem com seus tutores, principalmente pelo vínculo criado. Mas é possível que eles sejam adotados por uma família de confiança.

Há uma lei que os permite entrar em lugares públicos e privados

O deficiente visual, que é auxiliado por um cão-guia, pode entrar e permanecer com o seu animal em restaurantes, veículos de serviços de transportes e supermercados, por exemplo. Isso é garantido pela lei n° 11.126 de 2005, que diz que

“É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo.”

Onde conseguir um cão-guia no Brasil?

Para participar de uma seleção, que é realizada em algumas instituições sem fins lucrativos, é preciso comprovar a deficiência visual a princípio. 

É necessário que o candidato se comprometa a seguir regras estabelecidas no processo. Tudo isso é documentado em formulários prévios. 

Esses documentos podem ser enviados, inicialmente, pela internet. Porém, um dos requisitos comuns é que o candidato resida na mesma cidade ou em localidade próxima do instituto que realize a graduação dos animais. 

Além disso, é preciso que a candidato tenha no mínimo 18 anos e tenha capacidade de se locomover para lugares corriqueiros, o que pode ser comprovado com cursos de orientação e mobilidade.

É importante dizer que o tempo de espera pode ser longo, pois o condicionamento dos cães pode levar até dois anos. Como nem todos os filhotes são selecionados, a quantidade de animais pode ser ainda menor. Dessa forma, a resposta acaba sendo mais demorada. 

Em uma pesquisa que fizemos, encontramos o Instituto Magnus Cão-Guia que tem o objetivo de contribuir para a inclusão social da pessoa com deficiência visual por meio do cão-guia em diversas esferas da sociedade.

Saiba mais sobre o Instituto Magnus e como você pode ter um cão-guia.

Você tem familiares ou amigos que possuam um cão-guia? Conta aqui pra gente e compartilhe sua própria experiência ou experiências de alguém que você conheça. Vamos adorar saber um pouco mais sobre o papel dos cães guias na vida das pessoas. 

Fontes

American Kennel Club

Fundação Dorina Nowill 

Guide Dogs

Ibvi 

The Conversation

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