Já pensou se a medicina descobrisse uma forma de como recuperar a visão totalmente ou parcialmente? A princípio, isso já é possível.
Equipes de cientistas franceses, suíços e americanos, restauraram parcialmente a visão de um homem cego através da terapia genética, e agora ele consegue identificar formas de imagens borradas.
A técnica combina terapia optogenética e estimulação luminosa, e pela primeira vez conseguiu a recuperação parcial da visão de um homem.
O paciente de 58 anos, é cego por uma doença hereditária dos olhos, chamada retinopatia pigmentosa. A doença destrói as células fotorreceptoras da retina.
Dessa maneira, a doença causa uma perda progressiva da visão que, de modo geral, evolui para a cegueira, como é o caso, por exemplo, do glaucoma.
Vamos então, entender melhor sobre esse caso curioso?
Terapia genética ajuda homem cego a recuperar a visão: Entenda o caso
A equipe de pesquisa, alterou geneticamente as células ganglionares da retina para se tornarem sensíveis à luz.
O caso do homem, com a doença degenerativa, decompõe as células que absorvem e convertem a luz em sinais cerebrais.
O homem de 58 anos, usando óculos especiais, passou da cegueira total para a parcial.
Hoje ele diz reconhecer objetos como cadernos, caixas de grampos, copos de vidro e até as listras de uma faixa de pedestres.
O pesquisador principal, Dr. José-Alain Sahel, presidente de oftalmologia da Universidade de Pittsburgh, disse a uma revista que esse é o primeiro paciente que tem uma melhora através da terapia optogenética.
A estrutura da retina humana é descrita como invertida de modo que, os fotorreceptores detectores de luz estão na parte posterior da retina, ao passo que células ganglionares na frente transmitem informações visuais dos fotorreceptores para o cérebro através do nervo óptico.
Portanto, a terapia da optogenética faz alterações genéticas nas células de modo que elas produzam proteínas sensíveis à luz, chamadas canal rodopsinas.
Em conclusão, neste caso, os pesquisadores usaram a optogenética transformando a camada superior das células ganglionares fotossensíveis, contornando a camada inferior não funcional dos fotorreceptores.
Só para ilustrar, os pesquisadores injetaram no olho do homem um vírus do resfriado oco contendo o código genético para um canal-rodopsina, chamado Crimson R, que detecta a luz âmbar.
Logo após cinco meses, como tempo de aceitação e adaptação da alteração genética, o homem passou a usar um óculos especial que projetava imagens visuais na retina, em comprimentos de onda de luz âmbar.
Desse modo o homem treinava com os óculos de proteção, entretanto, após sete meses de treinamento ele relatava sobre os sinais de melhora visual.
Que tipo de cegueira foi tratada
A princípio, a retinite pigmentosa (RP) é uma doença progressiva, hereditária, monogênica e rara, causada por mutações em mais de 71 genes diferentes.
A doença afeta mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo, no entanto, há por exceção uma terapia de substituição gênica para uma forma de PR de início precoce causada por mutação no gene RPE65.
Atualmente, não existe terapia aprovada para a PR. O paciente foi diagnosticado com retinite pigmentosa há 40 anos.
Conforme ele começou o experimento da terapia, ele podia sentir apenas a luz do ambiente – se havia luz ou não.
Métodos de como recuperar a visão: combinação de óculos especiais e injeções
A princípio, os métodos usados na recuperação da visão do paciente, foi a combinação de óculos especiais e algumas injeções.
Assim, o estudo provou que a injeção de vetor de terapia gênica de expressão de sensor opto genético, junto ao uso de óculos estimulantes de luz, especialmente projetados para incentivar o olhar, cria uma visão parcial.
Nesse hiato, sete meses após o início do ‘treinamento visual’, o paciente reconhecia alguns objetos.
Pesquisadores do estudo, dizem que o treinamento ensina o paciente “a ter consciência da direção do seu olhar, controlando os movimentos dos olhos para olhar diretamente para o feixe de luz projetado pelos óculos”.
Em outras palavras, os óculos projetavam luz direto nos olhos, entretanto, antes da fase de luz e uso dos óculos, foram aplicadas injeções.
O que foi injetado
Um vírus foi usado, com a finalidade de levar o cérebro a construir canais sensíveis à luz. A proteína injetada, sensível à luz âmbar, faz o vírus levar a proteína diretamente na retina.
Esse processo é um pouco semelhante às vacinas, de modo que o material bom é entregue através de um vírus, que provoca o sistema imunológico criando uma resposta positiva e útil.
Desse modo, o cérebro aprende uma nova linguagem, diz o oftalmologista da Universidade de Basel e coautor do novo estudo, Botond Roska.
Logo após, a equipe colocou objetos em uma mesa branca na frente do paciente, e pediu-lhe que ele apontasse onde eles estavam.
Após a melhora da visão, objetos maiores eram mais fáceis de serem identificados pelo paciente.
A equipe agora vai construir óculos de proteção mais leves e menos incômodos. Assim, o estudo mostra como são os resultados em outros pacientes.
Entretanto, uma terapia gratuita que tem como objetivo recuperar a visão em casos de cegueira, está distante, mas está parcialmente mais próxima do que nunca.
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