Conforme tem avançado, a medicina se ramificou e atualmente trata especificamente, não só cada parte do corpo como também as diferentes fases da vida do ser humano. Assim, neste artigo falaremos sobre a área da medicina especializada em cuidar da saúde dos olhos das crianças: a oftalmopediatria.
Também abordaremos as doenças oculares mais comuns nessa fase da vida, quando levar os pequenos às consultas, a periodicidade ideal e também como o profissional realiza a consulta. Então nos acompanhe e descubra porque é tão importante cuidar da saúde dos olhos dos pequenos desde cedo.
Oftalmopediatria: o que é?
Assim como qualquer médico oftalmologista, o oftalmopediatra deve ter formação médica, seguido do período de residência em oftalmologia. Em seguida, o profissional passa por treinamentos e especializações para adquirir experiência em consultar e diagnosticar crianças, de modo que se sintam confortáveis e possam cooperar, uma vez que nem sempre são capazes de descrever com precisão os sintomas ou responder perguntas médicas.
Desta forma, o oftalmopediatra é o profissional mais qualificado para diagnosticar e tratar as doenças oculares das crianças, assim como prescrever óculos e realizar cirurgias, quando necessário.
Periodicidade de consultas com o oftalmopediatra
A periodicidade é determinada segundo a diretriz da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP). Assim, a recomendação para crianças saudáveis é realizar o teste de reflexo vermelho (TRV), ou teste do olhinho, logo após o nascimento e consultas anuais até os 5 anos. Após essa idade, as consultas podem ser a cada dois anos.
Quando é necessário procurar um oftalmopediatra?
Além das consultas regulares ao oftalmopediatra, de acordo com a idade da criança, há situações em que deve-se procurar o profissional, como:
- Hipersensibilidade à luz.
- Excesso de secreção ou presença de pus nos olhos, vermelhidão.
- Se a criança esfregar excessivamente os olhos.
- Olhos cruzados ou olhar errante.
- Perceber que a criança frequentemente inclina a cabeça para enxergar.
- Movimentos involuntários dos olhos.
- Pálpebras caídas.
As principais doenças oculares na infância
Agora, falaremos sobre os problemas oculares mais comuns na infância que, se não forem devidamente tratados nessa fase da vida, podem acarretar sérios problemas de visão na vida adulta.
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Erros refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo)
Estão entre os defeitos de visão mais comum e se caracterizam pela dificuldade de enxergar de perto (hipermetropia), de longe (miopia) e visão desfocada, tanto de perto quanto de longe (astigmatismo). Aqui, o uso de lentes corretivas é o tratamento mais indicado.
- Estrabismo:
Trata-se de uma condição em que os músculos responsáveis pelos movimentos oculares não trabalham em sincronia. Desta forma cada olho foca em uma direção diferente. Felizmente, o estrabismo tem cura quando tratado adequadamente, com o uso de lentes corretivas, colírios e cirurgia, dependendo do grau do defeito.
- Ambliopia:
Também conhecido como “olho preguiçoso”, é uma condição comum na fase de desenvolvimento ocular que ocorre quando um dos olhos não é devidamente estimulado, causando uma espécie de atrofia. Neste caso, colírios e a adoção de um tapa olho para estimular o olho preguiçoso são os tratamentos indicados e, quando diagnosticados precocemente, esta condição pode ser revertida.
- Catarata congênita ou infantil:
A catarata é uma doença que causa a turvação do cristalino e, geralmente, acomete pessoas com idade avançada. Porém, doenças como o diabetes, por exemplo, podem causar a catarata em crianças. Além disso, há casos de bebês que nascem com a doença devido, entre outras causas, à hereditariedade e infecções intrauterinas, como rubéola e toxoplasmose. Neste caso, é necessário o acompanhamento do oftalmopediatra para determinar se é necessário ou não a cirurgia, já que nem sempre a doença se manifesta de modo a comprometer sensivelmente a visão.
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Glaucoma congênito ou infantil:
Pacientes com glaucoma apresentam aumento na pressão do globo ocular. No caso das crianças recém-nascidas ou nos primeiros anos de vida, o problema ocorre quando há um desenvolvimento anormal do sistema de drenagem interno dos olhos.
No entanto, o glaucoma infantil manifesta sintomas diferentes da doença em adultos: lacrimejamento excessivo, inchaço nas pálpebras, fotofobia intensa e córnea esbranquiçada são alguns deles. Neste caso, o tratamento passa por procedimento cirúrgico para abrir os canais de drenagem. Frequentemente, o uso de colírio para manutenção da pressão ocular é necessário após a cirurgia.
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Obstrução das vias lacrimais ou ducto nasolacrimal:
É um problema relativamente comum em crianças de até um ano e acontece quando a membrana responsável pela drenagem das lágrimas para o nariz não abre devidamente. Geralmente, o problema desaparece sem nenhum tipo de tratamento. Porém, em alguns casos é necessário massagear suavemente o local e, eventualmente, recorrer à cirurgia para abrir a membrana obstruída.
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Retinoblastoma:
O retinoblastoma é um tumor maligno com origem na retina e é o tipo de câncer ocular mais comum em crianças, embora seja uma doença rara. Normalmente, crianças com retinoblastoma têm como sintoma mais evidente a leucocoria, uma mancha branca no olho que aparece como um reflexo na pupila. Assim como outros tipos de câncer, as chances de cura são maiores quando diagnosticado precocemente e o tratamento passa por quimioterapia, radioterapia e em casos mais graves, a remoção do globo ocular.
Como é uma consulta com o médico oftalmopediatra?
O maior diferencial da oftalmopediatria em relação aos outros profissionais da saúde dos olhos é a especialização e o treinamento adicional, para consultar, examinar e diagnosticar doenças e prescrever óculos para bebês e crianças em diferentes fases de crescimento. Sendo assim, há uma série de testes e exames, que variam conforme a fase de desenvolvimento da criança.
- 0 a 18 meses: ainda no berçário, é recomendado o teste do reflexo vermelho, mais conhecido como teste do olhinho. Trata-se de um exame simples, rápido e indolor que faz diagnóstico de erros refrativos simples, como miopia até doenças graves, como glaucoma e catarata, por exemplo. A partir dos primeiros meses, o profissional pode conferir o desenvolvimento visual fazendo a criança acompanhar o movimento de pessoas e objetos, por exemplo.
- Até 4 anos: nesta faixa etária, a criança ainda não fala ou consegue expressar adequadamente as dificuldades para enxergar. Assim, o profissional pode aplicar testes motores para observar se a criança consegue agarrar ou desviar de objetos. Também é possível aplicar o teste de cartões de Teller. São figuras com listras pretas e brancas de diferentes espessuras em cada cartão. Se a criança mostrar indiferença ao observar cartões diferentes, é um sinal de que não está enxergando bem.
- A partir de 4 anos: neste caso, a criança já iniciou a alfabetização e tem mais facilidade para se expressar. Por isso, são aplicados testes mais parecidos com os testes em adultos, com letras, números, imagens e formas diferentes.
Oftalmopediatria e óculos de grau para crianças
Felizmente, a maioria das condições que afetam a visão na infância são tratáveis, sejam com procedimentos relativamente simples, uso de medicamentos e colírios e, no caso de erros refrativos, óculos de grau. Todavia, ressaltamos aqui a importância de se fazer o acompanhamento desde a primeira idade com seu oftalmopediatra de confiança e seguir o tratamento de acordo com as recomendações.
Do mesmo modo, se houver necessidade da criança usar óculos, é possível que a criança passe por dificuldades na adaptação ao novo acessório. Porém, seguindo as orientações necessárias, é possível escolher o óculos infantil ideal de acordo com a idade da criança, para que ela enxergue com nitidez e clareza.
Saúde visual acessível: informações relevantes e lentes mais finas
Ao longo do artigo, pudemos entender que o diagnóstico precoce e o tratamento correto de doenças oculares em crianças aumentam sensivelmente as chances de uma vida adulta com saúde visual plena. Por isso, reforçamos aqui a importância do acompanhamento com o oftalmopediatra com a frequência necessária.
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