Oscilopsia: o que é, causas e tratamentos

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Oscilopsia é a sensação de que o ambiente ao seu redor está em constante movimento, quando, na verdade, está parado.

Geralmente, é um sintoma que aparece como resultado de condições que afetam o movimento dos olhos. Ou a capacidade que o olho tem de deixar as imagens estáveis, principalmente durante movimentação.

Então, continue a leitura para entender mais sobre a oscilopsia, as causas, sintomas mais comuns e qual é o tratamento disponível.

O que é oscilopsia

Os objetos que estão no seu campo de visão, mesmo enquanto estão parados, parecem se mover? As imagens que você vê parecem estar borradas ou aparentam estar se movimentando de um lado para o outro?

Ao dirigir, as sinalizações ao lado da via parecerão estar pulando ou se movendo. E mesmo que você esteja quieto, sentado e apenas mexa um pouco a cabeça, todo seu entorno irá parecer sacudir ou balançar.

Se você possui uma visão trêmula ou turva de maneira frequente, essas situações podem indicar que está passando por oscilopsia.

Ela pode afetar praticamente todos os aspectos da vida se não for tratada. Inegavelmente, essa condição pode gerar ansiedade e angústia. E, de modo geral, pode comprometer sua qualidade de vida.

Entenda a oscilopsia

A oscilopsia é a permanente sensação de que o mundo a sua volta é instável. Existem doistipos de oscilopsia: permanente e paroxística.

Enquanto a oscilopsia permanente acontece em razão de um desalinhamento em seus olhos, a oscilopsia paroxística geralmente é provocada por uma anormalidade no sistema vestibular – conjunto de órgãos do ouvido responsáveis por detectar os movimentos e controlar o senso de equilíbrio.

Semelhantemente, existe também a heteroforia vertical (VH), que é uma condição resultante do desalinhamento dos olhos. Essa situação faz com que você veja as imagens de maneira diferente.

Por exemplo: seu olho direito pode perceber uma imagem ligeiramente mais alta do que seu olho esquerdo. Isso acontece porque seu cérebro rejeita imagens duplicadas. Dessa forma, ele força os músculos extraoculares, os músculos minúsculos que controlam o movimento dos olhos, a fim de corrigir esse desalinhamento. É a partir dessa correção que uma imagem nítida pode ser transmitida.

Com esse trabalho constante de correção do desalinhamento dos olhos, os músculos oculares podem ficar tensos e fatigados. Portanto, isso pode gerar vários sintomas, incluindo tonturas e dores de cabeça.

Igualmente pode causar oscilopsia e sintomas relacionados a visão tremida ou embaçada.

Sintomas da oscilopsia

Segundo descrição da American Psychological Association, a oscilopsia é descrita como “a sensação de perceber o movimento oscilante do ambiente”. Seguindo essa definição, o relato da maioria das pessoas com oscilopsia é presença da visão distorcida.

A sensação mais frequente é que os objetos em seu campo visual parecem tremer, pular ou borrar quando você se move. Ou, às vezes, até mesmo quando você está parado.

Sendo assim, basta um simples movimento de cabeça e a instabilidade visual é desencadeada. Também os movimentos maiores, como correr, caminhar ou dirigir o carro, podem ser ainda mais desafiadores para quem tem essa condição. Além disso, entre os sintomas mais comuns da oscilopsia estão:

  • visão embaçada;
  • vertigem;
  • náusea;
  • falta de coordenação;
  • dificuldade para manter o equilíbrio;
  • tontura;
  • problemas para se mover;
  • dificuldade em focar nos objetos;
  • frustração e estresse e
  • lesões como quedas ou colisão com objetos.

A maioria dos casos de oscilopsia surge de problemas com a estabilização de imagens. Dessa forma, muitas pessoas apresentam essa condição quando estão em movimento.

Assim, geralmente os sintomas surgem durante o movimento e, portanto, terminam quando o movimento para. Entretanto, em ocasiões raras, os sintomas podem aparecer enquanto a pessoa está parada, deitada ou sentada. Mas, em alguns indivíduos, também pode se manifestar apenas em certas posições.

A oscilopsia costuma gerar um quadro, sobretudo de incapacidade. Pois independentemente de sua gravidade ou frequência, pode causar sintomas muito frequentes e desagradáveis como a perda de equilíbrio, problemas de visão e náuseas.

Uma vez que é diagnosticada com oscilopsia, a pessoa pode não conseguir viver sozinha. Além disso, pode se sentir frustrada por não conseguir descrever facilmente os sintomas. Ou explicar o quão significativo é a forma como essa condição afeta sua vida.

Leia nosso artigo sobre os 5 problemas de visão mais comuns.

Causas da oscilopsia

De forma geral, a oscilopsia acontece como resultado de fatores que afetam o movimento dos olhos. Ou alteram como as partes do olho, cérebro e ouvido interno mantem o equilíbrio e estabilizam imagens.

Uma de suas causas é o reflexo vestíbulo-ocular (RVO) prejudicado. Ele nos auxilia a manter o equilíbrio quando estamos em movimento. Semelhantemente é responsável por ajudar os olhos a se moverem em coordenação com a cabeça.

A saber, pode acontecer de os olhos e a cabeça não estarem em sincronia e os objetos parecer que estão se movimentando, mesmo eles estando parados. Várias doenças e lesões graves na cabeça interferem na maneira que o reflexo vestíbulo-ocular age.

Especialistas associam à oscilopsia algumas condições muito frequentes. São elas:

  • Afetam os músculos oculares: pessoas que apresentam nistagmo – movimento anormal ou involuntário dos olhos – costumam também apresentar oscilopsia;
  • Causam inflamação no cérebro: meningite e tumores também podem ser causadores de oscilopsia;
  • Afetam o ouvido interno: os distúrbios do ouvido interno são frequentes quando existe um problema no reflexo vestíbulo-ocular. Ele é responsável por manter o equilíbrio quando estamos realizando atividades como caminhar. A doença de Ménière é uma das condições que podem causar oscilopsia;
  • Neurológicas: elas danificam o sistema nervoso central, e, entre outros agravantes, podem atingir também o sistema motor ocular, gerando oscilopsia. Exemplo: pessoas que apresentam quadros de convulsões, têm esclerose múltipla ou miocimia oblíqua superior (contrações involuntárias rítmicas do músculo oblíquo superior que auxiliam no movimento dos olhos) têm as chances aumentadas de desenvolver oscilopsia;
  • Condições como acidente vascular cerebral (AVC): que afetam os músculos oculares e ao redor dos olhos;
  • Traumatismos cerebrais ou cranianos: essas alterações podem afetar o funcionamento normal do reflexo vestíbulo-ocular (RVO).

Fatores de risco para oscilopsia

Os fatores de risco mais frequentes são:

  • Danos cerebrais, tumores ou lesões;
  • Albinismo (falta de pigmentação na pele);
  • Lesão ou doença do ouvido interno;
  • Abuso de álcool ou drogas;
  • Ingerir lítio (medicamento estabilizador do humor) ou medicamentos antiepilépticos ou aminoglicosídeos;
  • Danos aos músculos extrínsecos do olho;
  • Deficiência de vitamina B-12;
  • Histórico familiar de doenças oculares, especialmente nistagmo 
  • Doenças oculares, como catarata, problemas de foco e estrabismo.

Como é o diagnóstico

Embora a oscilopsia não seja uma condição médica, mas na verdade um sintoma, ainda não existe um diagnóstico específico. No entanto, atualmente já existe tecnologia de ponta para realizar testes que são altamente especializados em determinar a causa dessa condição. Assim, a descoberta da causa vai orientar todo o plano de tratamento.

Durante o processo do diagnóstico, portanto, o oftalmologista faz algumas perguntas sobre os sintomas, que são: 

  • Quando isso acontece;
  • O que o paciente vê ou sente;
  • Se afeta um ou ambos os olhos;
  • Se os sintomas são melhores ou piores em diferentes posições ou durante certas atividades;
  • Quando começou;
  • Quantas vezes isso acontece;
  • Qual nível de impacto provoca ou quão incapacitante é e
  • Se outros sintomas visuais ou do sistema nervoso central ocorrem em conjunto ou independentemente da oscilopsia.

Também é provável que seja feito um exame de vista. Dessa forma, é possível verificar se há problemas de alinhamento dos olhos.

Em seguida, o oftalmologista irá fazer seu histórico médico completo e realizar uma série de testes. Esses testes podem incluir:

  • Sonografia;
  • Exames de sangue e urina;
  • Exame de ouvido;
  • Teste psicológico;
  • Punção lombar;
  • Tomografia computadorizada;
  • Exames neurológicos e neuro-oftalmológicos;
  • Eletrocardiograma (EKG) e ecocardiograma;
  • Varreduras de ressonância magnética e angiografia por ressonância magnética;
  • Oftalmoscopia;
  • Eletronistagmografia;
  • Audiograma e
  • Laser de varredura.

Condições relacionadas a oscilopsia

Diversas condições que afetam a visão ou o sistema nervoso central tem relação entre si ou podem gerar a oscilopsia como resultado. Veja algumas delas:

  • Vestibulopatia bilateral;
  • Grande parte dos tipos de nistagmo, incluindo ocorrido pelo olhar, otimista, gangorra, voluntário e pendular;
  • Golpe;
  • Doença de Whipple;
  • Esclerose múltipla;
  • Ansiedade;
  • Ferimentos na cabeça;
  • Lesão do nervo;
  • Alguns tumores cerebrais, especialmente aqueles que afetam o cerebelo;
  • Opsoclono;
  • Encefalopatia de Wernicke;
  • Toxicidade de lítio;
  • Deficiência de vitamina B-12;
  • Malformação craniocervical;
  • Encefalite;
  • Doença de Ménière;
  • HIV;
  • Hepatite e
  • Doença de Creutzfeldt-Jakob.

Tratamentos para oscilopsia

Enfim com o diagnóstico, o médico e paciente poderão decidir o melhor tratamento. A oscilopsia relacionada a um reflexo vestíbulo-ocular prejudicado possui grandes chances de recuperação.

Já a função do RVO prejudicado se recupera espontaneamente com o tempo, devido à sua neuroplasticidade. Sendo assim não requer nenhuma intervenção.

Para as pessoas que nascem com nistagmo, por exemplo, óculos, lentes de contato ou medicamentos são opções que podem controlar a condição.

Pacientes com esclerose múltipla, que apresentam problemas de visão, incluindo oscilopsia, é indicado acompanhamento médico a fim de encontrar a melhor forma de lidar com o problema.

De maneira geral, os principais tratamentos para oscilopsia são:

  • Terapia da visão: o optometrista pode indicar exercícios de fortalecimento e controle dos olhos. É até possível recuperar o controle dos movimentos dos olhos, principalmente quando o problema está em fase inicial.
  • Medicamento: não existe um medicamento específico que trata a oscilopsia. De forma geral, os medicamentos são prescritos pelos médicos para tratar a doença que a está causando. Dessa maneira, o profissional pode receitar relaxante muscular, por exemplo, ansiolítico ou até anticonvulsivantes.
  • Adaptação: em casos de pessoas que já nascem com essa condição, é comum que o cérebro se adapte e corrija. Porém, em diversas situações, o paciente precisará aprender a conviver com o sintoma. Dessa forma, é indicado conversar com o médico para que seja encontrada a melhor forma de amenizar os impactos provocados na vida do paciente.

Prognóstico

Muitas pessoas conseguem conviver por muito tempo com a oscilopsia antes mesmo de descobrir o que está causando os sintomas. O parecer médico vai depender de dois fatores: diagnóstico e estágio do problema.

Como conferiu nessa leitura, em alguns casos é possível tratar e monitorar, contudo, em outros o paciente vai precisar aprender a conviver com a oscilopsia.

E você, já teve a sensação de ver objetos estáticos se movendo?

A oscilopsia acarreta um impacto considerável no dia a dia. dessa forma, é de extrema importância estar com seus exames em dia. Além disso, ao menor sinal de algum dos sintomas que listamos aqui, não deixe de agendar uma consulta com o especialista.

Afinal, o diagnóstico precoce sempre possibilita maiores e melhores chances de tratamento e, consequentemente, recuperação. 

Agora que você já sabe sobre essa condição, é ais fácil identificar e reconhecer o problema. Por isso, é tão importante estar atento e informado sobre a condição dos olhos. 

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Fontes:

Nvcofny

Medicalnewstoday

Verywellhealth

Caringmedical

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2 comentários em “Oscilopsia: o que é, causas e tratamentos”

  1. Rosenilda Marques Ferreira da Silva

    Tenho problemas visuais desde criança,e tudo ficou pior quando eu tinha dez anos de idade,a professora da escola onde eu estudava percebeu que eu não enxergava e ela marcou uma consulta para eu fazer, eu fiquei muito feliz pois ia enxergar, mas me enganei, como eu nunca tinha feito nenhuma consulta com um oftalmo não entendia como funcionava aqueles aparelhos, então meus olhos parecia estar enxergando mesmo com o aparelho fechado, e foi aí que o Dr acabou com meus olhos, pois o grau que ele me passou foi muito alto para quem nunca tinha usado óculos, e hoje não enxergo quase nada,e pra completar vejo tudo duplo até parece que tudo se duplica.

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