O Herpes Zóster Oftálmico é uma doença viral considerada comum, causando erupções cutâneas que afetam um nervo da face conhecido como nervo oftálmico ou zoster oftálmico. Pessoas que têm sistema imunológico baixo ou que já tiveram catapora na infância ou tardiamente, são mais propensas a desenvolverem a condição.
O Brasil registra um crescimento de casos em algumas regiões, sendo o maior número de infectados nas regiões Sudeste e Sul. O tratamento para a condição implica no uso de medicamentos anti-virais, e se não tratada a tempo pode causar problemas graves de visão. Por isso, descubra no artigo de hoje, o que é o Herpes Zóster Oftálmico e o que ele pode causar na nossa saúde. Saiba também quais seus principais sintomas, tratamentos e medidas de prevenção. Continue a leitura.
Herpes Zóster: conheça realidade brasileira
Segundo dados do Ministério da Saúde, metade das infecções oculares no Brasil são causadas por herpes zóster. O responsável pelo levantamento do número de infectados é o médico oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, e realizado pelo hospital no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA).
Conforme o levantamento, o maior número de casos se concentra nas regiões Sudeste (com o maior número de casos), e no Sul, com um crescimento maior desde a pandemia de Covid-19 até dezembro de 2022, com uma média de 57% de infectados.
Durante o período, o número de infectados passou de 10,6 mil para 16,7 mil casos no país, sendo que na região Sul o aumento foi de 80%, ultrapassando a marca de 1,74 mil para 3,14 mil. Já no Sudeste, o número de pessoas contaminadas foi de 10,58 mil no ano passado.
De acordo com o especialista Leôncio Queiroz Neto, o crescimento de casos pode ter relação com o surgimento e a exposição ao vírus da Covid-19 no país, reativando o vírus do herpes zóster. Sobretudo, o aumento de casos também pode ter relação com o vírus da catapora, hibernado nas terminações nervosas de quem o teve na infância, manifestando-se posteriormente nos olhos.
Todavia, o vírus também pode surgir quando estamos com imunidade baixa. Um exemplo disso são pessoas infectadas ou que passam por tratamentos como, por exemplo, quimioterapia, aids e outras doenças imunodepressoras.
Esses são grupos com maior número de mortes registradas no país. Pessoas com mais de 60 anos também fazem parte do grupo de risco. Leôncio Queiroz Neto afirma que o número crescente de contaminações não se trata de uma epidemia, mas tem ligação com o fato de que a vacina imunizante começou a ser fabricada e aplicada somente nos anos 90.
Herpes Zóster Oftálmico: o que é e principais características
O herpes zoster oftálmico é uma infecção viral que afeta o nervo oftálmico, responsável por compor a pele e a córnea do olho. O vírus responsável pela infecção é o varicela-zóster, o mesmo da catapora. Se não tratado rapidamente, a infecção pode levar a complicações oculares graves, como inflamação da córnea e perda de visão. O herpes zóster, também é popularmente conhecido como cobreiro ou zona.
O vírus é altamente contagioso e pode se espalhar de uma pessoa para outra através do contato direto com as lesões da pele ou das bolhas, podendo ser transmitido também pelo ar, quando uma pessoa infectada tem tosse ou espirra. Além disso, o vírus também pode causar sequelas e complicações graves, como, por exemplo:
- Inflamação da córnea (ceratite herpética): causando cicatrizes na córnea e afetando a visão;
- Uveíte: inflamação da camada média do olho;
- Glaucoma: aumento da pressão intraocular que pode causar danos ao nervo óptico levando à cegueira;
- Paralisia do nervo craniano: causando fraqueza facial ou dificuldade em mover os olhos;
- Neuralgia pós-herpética: dor crônica que pode durar meses ou anos mesmo após a erupção cutânea desaparecer;
- Perda de visão: em casos graves, a infecção pode levar à perda parcial ou total da visão.
Todavia, as pessoas com maior risco de desenvolver a doença são aquelas com sistema imunológico enfraquecido, imunodeprimidos, e idosos acima dos 60 anos.
Algumas das principais características do herpes zoster oftálmico incluem:
- Erupção cutânea com bolhas na testa e ao redor do olho;
- Dor intensa na área afetada, que pode ser latejante ou queimar;
- Sensibilidade à luz;
- Vermelhidão e inchaço nos olhos;
- Possível perda parcial ou total da visão, se tratarem a infecção adequadamente.
Veja como uma pessoa com herpes zóster fica. (Fonte da imagem)
Herpes-Zóster Oftálmico: sintomas mais comuns
Alguns dos sintomas mais comuns do herpes zóster oftálmico incluem:
- Dor nos olhos, que pode ser latejante ou sensação de queimação;
- Erupção cutânea com bolhas na testa e ao redor do olho;
- Sensibilidade à luz;
- Vermelhidão e inchaço nos olhos;
- Lacrimejamento excessivo;
- Visão embaçada ou turva;
- Olho vermelho;
- Possível perda parcial ou total da visão.
Herpes Zóster no olho tem tratamento
O tratamento do herpes zóster oftálmico deve ser iniciado com urgência para minimizar os sintomas e prevenir complicações oculares graves como a perda de visão. O tratamento pode variar conforme o estágio da doença e a gravidade dos sintomas.
Em estágios iniciais, o tratamento pode incluir medicamentos antivirais por via oral, como aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, para reduzir a duração e a gravidade da infecção. Além disso, especialistas prescrevem analgésicos para aliviar a dor.
Entretanto, se a infecção progredir para o olho, o tratamento pode incluir o uso de colírios antivirais, como o aciclovir oftálmico, e corticosteroides, para a redução da inflamação e da dor. Em casos mais graves, os profissionais indicam a cirurgia para remover as lesões na córnea ou corrigir problemas de visão. É fundamental seguir as recomendações do oftalmologista que irá acompanhar e monitorar a progressão da doença.
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Medidas de prevenção
Embora o herpes zóster oftálmico possa ocorrer em qualquer pessoa que tenha tido varicela, algumas medidas de prevenção são:
- Vacinação: a vacina contra o vírus da varicela ajuda a reduzir o risco de desenvolver herpes zóster em geral, incluindo o oftálmico. Além disso, profissionais recomendam a vacinação em adultos com mais de 50 anos, pois ela é eficaz na prevenção a doença e suas complicações;
- Boa higiene pessoal: manter uma boa higiene pessoal pode ajudar a prevenir a propagação do vírus, como lavar as mãos regularmente com água e sabão e evitar compartilhar objetos pessoais, como toalhas e maquiagem;
- Alimentação saudável e exercícios físicos: manter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos também ajuda a fortalecer o sistema imunológico, ajudando a prevenir a infecção;
- Redução do estresse: o estresse pode afetar o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções virais. Então, encontrar maneiras de gerenciar o estresse, pode ajudar a reduzir o risco do herpes zóster oftálmico.
Além disso, é importante manter uma boa higiene ocular e evitar o contato direto com pessoas que estejam com herpes zóster. Assim, evite coçar os olhos ou tocar na área afetada e sobretudo lave as mãos regularmente para reduzir o risco de propagação do vírus.
Informações sobre saúde ocular na palma da sua mão
O herpes zóster oftálmico pode causar danos permanentes na visão se não tratado precocemente. Portanto, o recomendado é que ao menor dos sintomas, procure um médico oftalmologista de confiança. Dessa forma, é possível minimizar os sintomas, reduzindo o agravamento da doença.
Faça exames regulares no seu oftalmologista e o avise sobre possíveis sintomas que está sentindo, um diagnóstico precoce irá garantir um melhor tratamento para você. Nós da Lenscope, temos o intuito de levar informação ocular para todos. Assim, podemos cuidar melhor dos nossos olhos, já que eles são fundamentais na nossa vida.
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Fontes:
