Olhar lateralizado e autismo: saiba o que é e entenda a relação

Olhar lateralizado e autismo: saiba o que é e entenda a relação
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O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento. Assim, as pessoas com autismo podem ter dificuldade em estabelecer e manter contato visual com os outros, e uma característica em particular, o olhar lateralizado, costuma indicar um sinal do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Desse modo, no artigo de hoje, mostraremos mais sobre a relação entre o olhar lateralizado e autismo, porque ela acontece e se pode ou não prejudicar as crianças com TEA. Então, nos acompanhe e descubra mais sobre esse sinal tão comum no espectro autista.

O que significa olhar lateralizado em autistas?

Olhar lateralizado em autistas refere-se a um comportamento em que os indivíduos com autismo evitam o contato visual direto e preferem fixar o olhar em objetos periféricos ou em outras direções, em vez de olhar diretamente nos olhos das pessoas durante interações sociais. É um dos principais sinais ou sintomas que auxiliam na identificação do autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo, ou TEA, é um transtorno do desenvolvimento neurológico que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento. As pessoas com autismo podem apresentar dificuldades em estabelecer e manter contato visual, assim como interpretar e responder adequadamente às pistas sociais.

Essas dificuldades podem variar em intensidade e manifestação, sendo que o olhar lateralizado é um dos sinais mais observados nesse transtorno. Entretanto, é importante ressaltar que cada indivíduo com autismo é único. Por isso, os sintomas e características podem variar significativamente de pessoa para pessoa.

Olhar lateralizado em autistas: por que acontece e como afeta as pessoas

O olhar lateralizado em pessoas com autismo pode ocorrer por diferentes motivos e é influenciado por diversos fatores. No entanto, alguns estudos sugerem que essa preferência pelo olhar periférico pode ser uma estratégia de adaptação para lidar com o estresse e a sobrecarga sensorial que o contato visual direto pode causar.

Em outras palavras,  para muitas pessoas com autismo, olhar direto nos olhos pode ser aversivo e desencadear uma sensação de desconforto ou ansiedade. Como resultado, eles tendem a desviar o olhar para objetos ou direções periféricas, evitando o contato visual direto.

Por que pessoas com autismo evitam contato visual?

Historicamente, a falta de contato visual era considerada como uma falta de interesse nas interações sociais por parte dos indivíduos com autismo. Porém, relatos de pessoas com autismo trouxeram uma perspectiva diferente. Muitas delas descreveram o contato visual direto como desconfortável, aversivo e até mesmo doloroso, o que explicaria seu esquivamento.

A partir disso, um estudo realizado pelo Massachusetts General Hospital e publicado em 2017 pela Scientific Reports  sugeriu que o comportamento de evitar o contato visual em pessoas com autismo está relacionado a diferenças neurológicas. Assim, os pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética funcional em indivíduos com e sem autismo enquanto eles observavam imagens de faces com diferentes níveis de contato visual. 

Desse modo, os resultados revelaram que, em comparação com os indivíduos neurotípicos, aqueles com autismo apresentavam diferenças na atividade neural ao processar o contato visual direto. Essas descobertas indicaram que a característica de evitar o contato visual no autismo pode ser resultado de diferenças no processamento neural associadas ao estímulo do contato visual direto, o que pode aumentar as chances de acarretar problemas visuais como o estrabismo e a ambliopia

Além disso, o estudo sugeriu que a aversão ao contato visual pode estar relacionada a uma hipersensibilidade sensorial específica a estímulos visuais faciais intensos e diretos, especialmente com rostos com medo, embora efeitos semelhantes tenham sido observados ao visualizar rostos felizes, irritados e neutros.

Outros comportamentos visuais comuns em pessoas com autismo

Além do olhar lateralizado, existem outros comportamentos visuais comuns em pessoas com autismo. Alguns desses comportamentos incluem fixação visual prolongada em objetos específicos, interesse intenso em padrões visuais ou movimentos repetitivos e dificuldade em alternar o foco de atenção entre diferentes estímulos visuais.

Um exemplo de como os autistas podem olhar para objetos é o chamado “olhar de canto de olho”. Ou seja, em vez de olhar diretamente para um objeto, eles podem usar a visão periférica ou olhar de esguelha para visualizar o objeto. Isso pode ser acompanhado por movimentos repetitivos dos olhos, como piscar repetidamente ou desviar rapidamente o olhar de um objeto para outro.

Um estudo realizado em 2010 investigou os padrões de comportamento visual em crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os participantes do estudo incluíram um grupo de adultos e crianças com diagnóstico confirmado de autismo e um grupo de controle de pessoas neurotípicas. O método utilizado envolveu o rastreamento dos movimentos oculares dos participantes enquanto eles observavam diferentes estímulos visuais.

Os resultados desse estudo mostraram diferenças significativas nos padrões de comportamento visual entre as pessoas com TEA e o grupo controle neurotípico. As pessoas com autismo apresentaram maior fixação visual em estímulos estáticos e menor atenção a informações sociais, como rostos e expressões faciais. Além disso, eles também exibiram menos variação nos movimentos oculares, indicando dificuldade em alternar o foco de atenção entre diferentes estímulos visuais.

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É importante ressaltar que a intensidade do olhar lateralizado e sua influência nas pessoas com autismo podem variar amplamente. Alguns indivíduos podem ser mais afetados por essa dificuldade, enquanto outros podem desenvolver estratégias alternativas para se comunicar e interagir socialmente.

Por isso, é essencial estar atento aos principais sinais e sintomas dados pelos nossos olhos: eles dizem muito sobre a nossa saúde. E especialmente em crianças com autismo, pois os pais são responsáveis por essa atenção e cuidado.

Nesses casos, é imprescindível visitar um oftalmologista com frequência, pois cuidar dos olhos regularmente aumenta sensivelmente a chance enxergar bem ao longo da vida, seja para prevenir doenças oculares ou tratar algum problema de visão, principalmente em quem tem TEA, dado que têm maior tendência a desenvolver problemas oculares.

Pensando nisso, nós da Lenscope, temos como missão levar informações sobre saúde ocular para todos, assim como garantir que todos os que precisam de lentes mais finas tenham acesso a elas e a óculos de qualidade, por um preço mais justo. Então, caso você precise de lentes mais finas, pode contar com as lentes mais finas e de qualidade da Lenscope. Por fim, convidamos você, leitor, a fazer um orçamento online e gratuito no nosso site e se surpreender. 

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Fontes: 

John Wiley & Sons

(COVD)

Washington Vision Therapy Center

Cleveland Clinic

ScienceDaily

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