Pupilas mióticas (miose): o que é, causas e tratamentos

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Pupilas mióticas, também conhecidas como miose é uma condição em que uma ou às duas pupilas se contraem, independente da quantidade de luz que entra no olho. Portanto, no artigo de hoje, explicaremos o porquê da condição, suas causas, como ela afeta a visão, e quais tratamentos disponíveis. Então, continue a leitura.

Pupilas mióticas: entendendo a miose

A princípio, a miose (nome dado para a condição de pupilas mióticas) é uma condição onde as pupilas dos olhos ficam sempre muito pequenas, seja no claro ou no escuro. Pupilas contraídas não deixam entrar muita luz nos olhos, impedindo uma visão clara, ou seja, é uma condição ocular onde as pupilas são rotineiramente pequenas para as condições de iluminação.

Nossa íris (área circular e colorida do olho que circunda a pupila), responsável por controlar a quantidade de luz nos olhos, permite que entre mais luz nos olhos (aumentando ou dilatando a pupila) em ambientes escuros, e diminuindo a absorção de luz em ambientes com muitas luzes. Em condições normais, nossa pupila tende a mudar de tamanho entre 2 a 8 mm ao longo do dia, conforme as condições de iluminação.

Em adultos elas podem variar de 2 a 4 mm em condições intensas de iluminação, e de 4 a 8 mm em ambientes escuros. Geralmente as pupilas são de tamanhos iguais em ambos os olhos, independentemente da quantidade de luz. Então, elas podem encolher diante de muita iluminação (protegendo nossos olhos), e aumentando ou se dilatando em ambientes muito escuros.

Quando uma pupila fica encolhida sem a presença de iluminação em excesso, é possível que a condição seja de pupilas mióticas. Ou seja, são consideradas pupilas anormais pelos médicos, caso elas não se dilatem no escuro ou não contraiam na presença de muita luz. Essa condição pode surgir por diversas causas, como, por exemplo, fatores da idade, inflamação, medicação, cefaleias, lesões na cabeça, neurossífilis e histórico familiar da doença. Existem diversas variações da miose, a depender do estado da pupila:

Isocoria/pupilas isocóricas:

Considerado o estado normal da pupilas, que apresentam o mesmo tamanho e regam igualmente à entrada de luz nos olhos.

Midríase/pupilas midriáticas:

O processo de midríase acontece quando as pupilas estão excessivamente dilatadas.

Miose/pupila miótica:

Ocorre quando às duas pupilas não se dilatam (permanecem contraídas).

Anisocoria/pupila anisocórica:

A condição de anisocoria surge quando apenas uma pupila apresenta tamanho diferente.

 

Imagem: Enfermagem e Saúde

Pupilas mióticas e sua causas

Os sintomas da miose ou pupilas mióticas podem variar muito conforme a causa do seu surgimento que pode ser. Nesse sentido, as doenças ou condições que podem causar miose incluem:

Idade:

É normal que recém-nascidos tenham pupilas pequenas por até duas semanas, e os adultos mais velhos também podem desenvolver a condição, pois, conforme envelhecemos, as pupilas tendem a diminuir. Isso geralmente se deve à fraqueza dos músculos dilatadores da íris, e não a um problema ligado a íris.

Dores de cabeça em salvas:

Uma dor de cabeça em salvas produz uma dor muito intensa ao redor ou acima do olho, na têmpora ou na testa. Geralmente ocorre apenas em um lado da cabeça, se repetindo em intervalos diferentes dependendo da cefaleia que você tem: crônica ou episódica. A miose é um dos sintomas comuns a surgir junto a cefaleia em salvas, e pode incluir sintomas de:

  • pálpebras caídas;
  • vermelhidão nos olhos;
  • sensação de olhos ”rasgando”;
  • nariz escorrendo;
  • sensibilidade à luz e ao som (confusão mental);
  • mudança de humor e agressividade.

Síndrome de Horner:

A síndrome de Horner é um conjunto de sintomas resultantes de danos nos nervos que conectam o cérebro ao nosso rosto ou olhos. Dessa forma, a diminuição do tamanho da pupila (miose) juntamente a pálpebra caída em um lado da face são sintomas comuns. Geralmente a síndrome é o resultante de um acidente vascular cerebral, tumor cerebral, lesão na medula espinhal ou infecção por herpes zoster.

Inflamação da íris (iridociclite):

A miose também pode ser um sintoma de inflamação da íris, e esta inflamação também pode ser chamada de irite iridociclite ou uveíte. Dessa forma, algumas das causas podem ser resultados de:

  • HIV;
  • Artrite reumatoide;
  • Psoríase;
  • Tuberculose;
  • Herpes zoster.

Uso de drogas:

Alguns dos medicamentos e produtos químicos comumente usados que podem causar a miose são os opioides, incluindo:

  • Fentanil;
  • Oxicodona (Oxycontin);
  • Codeína;
  • Heroína;
  • Morfina;
  • Metadona.

Produtos químicos:

Outros medicamentos e produtos químicos que podem causar miose são:

  • PCP (pó de anjo ou fenciclidina).
  • Produtos de tabaco e outras substâncias contendo nicotina.
  • Colírio de pilocarpina (usado para tratar o glaucoma).
  • Clonidina, usada para tratar pressão alta, TDAH, abstinência de drogas e ondas de calor na menopausa.
  • Drogas colinérgicas (usadas para estimular o sistema nervoso parassimpático), incluindo acetilcolina, carbacol e metacolina.
  • Antipsicóticos de segunda geração ou atípicos, incluindo: risperidona, haloperidol e olanzapina.
  • Antipsicóticos do tipo fenotiazina (para tratar a esquizofrenia), como proclorperazina (Compazine, Compro) clorpromazina (Promapar, Thorazine) e flufenazina (Permitil, Prolixin).
  • Organofosforados (encontrados em muitos inseticidas, herbicidas e agentes nervosos).

Hemorragias:

A miose em ambas as pupilas é um sintoma comum resultante de hemorragia intracraniana ou acidente vascular cerebral no tronco cerebral. Os sintomas mais comuns são tonturas, vertigem e fraqueza em ambos os lados do corpo. No entanto, ocasionalmente, podem ocorrer espasmos ou tremores parecidos com convulsão, fala arrastada ou perda súbita de consciência.

Neurossífilis:

Uma infecção de sífilis se não tratada corretamente, pode ir para o cérebro, chamada de neurossífilis, podendo chegar ao sistema nervoso. Então, quando isso acontece a infecção pode afetar o mesencéfalo e causar um tipo específico de miose chamada pupila de Argyll Robertson. Nesta condição, as pupilas são pequenas, mas não se contraem demasiadamente quando expostas à luz, no entanto, elas se contraem ao focar em um objeto próximo.

Doença de Lyme:

A doença de Lyme é causada pela infecção com uma bactéria em formato de saca-rolhas, muito semelhante às bactérias da sífilis (exceto pela erupção genital). A Lyme não tratada pode causar sintomas no sistema nervoso como a sífilis, afetando o terceiro nervo craniano, resultando na miose e pupila de Argyll Robertson.

Pupilas mióticas têm sintomas?

A miose não é uma doença, ela apenas apresenta sintomas diante de uma causa específica ou por reação a certos medicamentos. Ou seja, na parte oftalmológica, o principal sintoma é a incapacidade da pupila de se dilatar com a entrada da luz, portanto, causando problemas para enxergar corretamente em áreas escuras ou de pouca luz.

Entretanto, independente da causa, ao perceber qualquer alteração na pupila é importante procurar um médico oftalmologista. Em outras palavras, a miose pode ser desencadeada por uma variedade de doenças e condições, e a partir disso surgir sintomas diversos.

Diagnóstico de pupilas mióticas (miose)

O diagnóstico acontece após o médico examinar as pupilas, onde geralmente é com o auxílio de uma lanterna ou outra fonte de luz. As pupilas são examinadas em um local pouco iluminado (porque é natural que as pupilas fiquem contraídas em um local bem iluminado).

Então, se for definido que as pupilas medem cerca de 2 mm ou menor, o diagnóstico será o de pupilas mióticas. Uma vez identificada a miose, o médico procura sinais e faz perguntas específicas para ajudar a identificar a possível causa da miose. Algumas das perguntas incluem:

  • A condição afeta um olho (ipsilateral) ou ambos (bilaterais)?
  • O tamanho da pupila muda conforme exposição à luz?
  • A pupila muda em resposta a um objeto muito próximo?
  • Quanto tempo leva para o paciente responder às perguntas?

Dependendo das respostas do paciente, fica mais fácil para o médico identificar a possível causa da miose.

Tratamentos para pupilas mióticas

Antes de mais nada, a miose não é uma doença em si, mas sim um sintoma. Nesse sentido, o que é tratado é a causa ou problema, e não a miose. Ou seja, as opções de tratamento são indicadas conforme a causa. Por exemplo, se a miose for resultado de medicamentos, como glaucoma ou pressão alta, por exemplo, o médico pode susbtituir os medicamentos por outros que reduzam ou eliminem o sintoma.

Pupila miótica também pode ser resultante do uso de drogas opióides, incluindo fentanil, oxicodona (Oxycontin), heroína e metadona, que podem resultar até em overdose. Portanto, nesse caso, o tratamento será de emergência, geralmente com medicamentos a base de naloxona para salvar a vida do paciente.

No entanto, se o uso de drogas for descartado, a miose pode ser um sinal de envenenamento por organofosforados (insetisidas). Esse tipo de envenenamento produz sintomas graves, incluindo: salivação, dores estomacais, contrações musculares violentas e frequência cardíaca acelerada ou reduzida.

Tratamentos oferecidos quando os sintomas são resultantes de doenças

Os tratamento para a miose causada por doenças e as causas mais comuns de doenças incluem:

  • Dores de cabeça em salvas: cefaleias em salvas agudas geralmente são tratadas com inalação de oxigênio, triptanos, ergotamina e gotas nasais tópicas de lidocaína.
  •  Hemorragia intracraniana e acidente vascular cerebral: a princípio, os médicos usam uma ressonância magnética para confirmar a condição. Logo depois, o tratamento envolverá medicamentos, inserção de um estente (para prevenir, reconstruir ou impedir a constrição do fluxo no local causada por entupimento das artérias), ou cirurgia (interrompendo o sangramento e restaurando o fluxo sanguíneo para o cérebro).
  • Síndrome de Horner: não há tratamento específico para a síndrome de Horner, ou seja, se seu médico encontrar a causa subjacente, eles a tratarão. Todavia, as causas podem incluir: acidente vascular cerebral, tumor cerebral, lesão na medula espinhal ou herpes zoster (ou pode não haver causa detectável).
  • Neurossífilis e sífilis ocular: se os sintomas oculares ocorrerem em estágios iniciais (primário, secundário ou latente) da infecção, uma única injeção intramuscular depenicilina benzatina é recomendadaFonte confiável. Assim, o estágio terciário da sífilis requer múltiplas doses de penicilina e os danos existentes no sistema nervoso não serão reparados.
  • Doença de Lyme: a detecção precoce é crucial para um bom resultado. Se detectado nas primeiras semanas, o tratamento com antibióticos por até 30 dias geralmente cura a infecção. Nos estágios posteriores de Lyme, é necessária terapia antibiótica de longo prazo. No entanto, as causas e o tratamento da fase tardia ou crônica de Lyme são controversos.

Cuide da saúde dos seus olhos e se informe sobre saúde visual

Você viu até aqui, a importância de se fazer um diagnóstico e tratamentos corretos de pupulas mióticas. Por isso é fundamental se atentar aos sinais e sintomas de nossos olhos, e de visitar regularmente um médico oftalmo. Principalmente na presença de sintomas anormais, como no caso da alterações nas pupilas.

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Fontes:

Healtline

WebMD

My Vision

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