A cegueira infantil é uma realidade dolorosa que afeta milhares de crianças em todo o mundo. Não se sabe ao certo o número exato de crianças cegas no mundo, mas, estima-se que exista aproximadamente 1,4 milhões, sendo até 500 mil casos novos casos anualmente. No artigo de hoje, falaremos sobre a situação global da cegueira infantil, bem como quais as principais causas, sintomas, opções de tratamento e prevenção para este problema visual.
Cegueira infantil: uma realidade mundial
Antes de mais nada, é importante dizer que grande parte dos problemas oculares causadores da cegueira infantil, poderiam ser altamente evitáveis ou/e tratáveis, porém, essa não é uma realidade. Segundo dados de 2012, divulgados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o número de crianças cegas no Brasil naquele ano era de cerca de 33 mil crianças.
E, conforme dados da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, ligada à OMS, aproximadamente 100 mil crianças brasileiras teriam algum tipo de problema ou deficiência visual.
Além disso, estima-se que aproximadamente 15 milhões de crianças ainda em idade escolar, possuem algum erro de refração, responsável por causar problemas na escola, de aprendizado, socialização e baixa autoestima. Ainda assim, o número exato de crianças cegas no mundo é desconhecido, porém, acredita-se que exista cerca de 1,4 milhões cegas no mundo todo, e que surjam aproximadamente 500 mil novos casos todos os anos.
Principais causas da cegueira infantil
As causas da cegueira infantil são variadas e podem ser atribuídas a diversos fatores, incluindo acidentes, predisposição genética, falta de cuidados no pré-natal da criança e condições socioeconômicas. Conheça algumas das principais causas, a seguir:
- Acidentes: lesões oculares graves resultantes de acidentes ou traumas podem levar à cegueira infantil;
- Doenças Genéticas: algumas condições genéticas, como a retinose pigmentar e a síndrome de Leber, podem levar à cegueira em crianças;
- Doenças Infecciosas: infecções como rubéola, toxoplasmose e sífilis congênita podem causar cegueira em bebês se não forem diagnosticadas e tratadas adequadamente durante a gravidez;
- Condições socioeconômicas: em países subdesenvolvidos, a condição da cegueira em crianças ainda é muito alta em relação a países mais desenvolvidos economicamente. Isso porque pode ocorrer devido a diversos fatores, como, por exemplo, falta de acesso à saúde, baixa conscientização sobre saúde ocular, falta de recursos financeiros entre outros;
- Prematuridade e Baixo Peso ao Nascer: bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer têm maior risco de desenvolver problemas oculares que podem levar à cegueira.
De acordo com CEH Journal, em países mais desenvolvidos com um acesso à saúde melhor, as causas mais comuns da cegueira em crianças ocorrem devido a fatores genéticos ou nascimentos prematuros, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças oculares como, por exemplo, a catarata, glaucoma infantil, ambliopia, e estrabismo.
Sintomas mais comuns
Os sinais de cegueira infantil podem variar dependendo da idade da criança. Crianças com deficiência visual podem ter olhos com aparência diferente, levando a sinais de que existe algum problema ocular. Geralmente, os bebês começam a reparar em rostos e objetos por volta de 4 a 5 semanas de vida. Então, por volta de 6 e 8 semanas, eles começam a interagir, como, por exemplo, sorrir para rostos familiares e coisas que veem.
Contudo, um bebê com deficiência visual, terá dificuldade de interagir com pessoas ou objetos. Alguns dos sinais mais comuns de que um bebê tem problemas de visão são:
- Olhos que se movem rapidamente de um lado para o outro aleatoriamente;
- Eles não conseguem fazer contato visual;
- Seus olhos deles não acompanham o movimento do seu rosto ou objeto;
- Fotossensibilidade;
- Pupilas esbranquiçadas ou turvas, em vez de pretas, pode indicar presença de catarata congênita, (pode ser percebido em fotos);
- Estrabismo: os olhos são voltados em direção ao nariz ou desviados para as laterais do rosto.
Em crianças mais velhas, os principais sinais são:
- Visão embaçada ou dificuldade em ver objetos próximos, ou distantes;
- Estrabismo persistente desde os primeiros meses de vida;
- Fotofobia: sensibilidade à luz e a ambientes muito iluminados;
- Dores de cabeça frequentes, devido ao esforço visual;
- Esfregar os olhos frequentemente, indicando desconforto;
- Dificuldades de aprendizado no ambiente escolar.
Diagnóstico
Um diagnóstico precoce desempenha um papel crucial na prevenção da cegueira infantil. Nesse sentido, os oftalmologistas são os profissionais qualificados para realização de exames. Para realizar o diagnóstico corretamente, é necessário saber o histórico genético da criança, se houve ou há familiares com problemas oculares, juntamente com a realização de exames específicos.
Então, os exames oculares solicitados pelo oftalmologista avaliarão várias partes dos olhos da criança, identificando possíveis problemas de visão. Além disso, testes como o “teste do olhinho” deve ser realizado já nos primeiros meses de vida, detectando doenças oculares ainda em estágios iniciais. Outros exames podem ser solicitados, bem como:
- Teste de Snellen: o teste mede a acuidade visual, indicando a capacidade de ver detalhes a uma certa distância em relação à visão normal;
- Teste de Tonometria: mede a pressão intraocular, importante para detectar o glaucoma;
- Teste de campo visual: avalia a extensão do campo de visão periférica, importante para detectar problemas como glaucoma;
- Retinoscopia: avalia a refração dos olhos para determinar se a pessoa precisa de óculos ou lentes de contato.
Tratamento: se adaptando a uma nova vida
Quando o diagnóstico revela cegueira total, é necessário inserir uma nova adaptação significativa ao estilo de vida da criança. Aprender técnicas de mobilidade, auxílios visuais como, por exemplo, bengalas ou cães-guia, e desenvolver novas habilidades de comunicação não verbal, como o Braille.
Em casos de perda parcial da visão, o tratamento pode incluir terapias visuais, uso de óculos, lentes de contato ou, em alguns casos, cirurgia, dependendo da causa subjacente. Outros métodos de tratamento podem incluir medicamentos como colírios (em casos de doenças que estão causando a perda de visão), lentes corretivas, nos casos de erros refrativos, e cirurgia, em casos de doenças como a catarata.
Prevenção da cegueira em crianças
Prevenir a cegueira infantil é fundamental. Os pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais de problemas oculares desde o nascimento da criança. Por isso, recomenda-se que todas as crianças façam exames completos com um oftalmologista logo nos primeiros meses de vida e, posteriormente, regularmente, mesmo aquelas que não apresentem problemas visuais.
Mantenha-se atualizado sobre saúde ocular
A cegueira infantil é uma realidade dolorosa que afeta milhares de crianças no mundo todo. Compreender suas causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento é fundamental.
Por isso, procure estar atento aos principais sinais e sintomas dados pelos olhos das crianças a fim de evitar complicações maiores. Visite um oftalmologista regularmente, isso garante que consigamos detectar problemas visuais em estágios iniciais, aumentando as chances de enxergar bem ao longo da vida, prevenindo doenças oculares.
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Fontes:
CEH JOURNAL | Raising Children Network | Healthline | Icliniq | NML | Danbury Eye Physicians & Surgeons| Firstcry | CDC | Prevent Blindness
