Mucormicose: O que é, causas e sua relação com a Covid-19

  • por
5
(1)

Mucormicose é uma infecção fúngica invasiva dividida em cinco apresentações: rinocerebelar, pulmonar, cutânea, gastrointestinal e disseminada.

Porém, a infecção pode se espalhar para o cérebro e causar sintomas como letargia, convulsões, fala arrastada, paralisia parcial, anormalidades dos nervos da face e dos olhos, por exemplo.

Então, quando a infecção atinge os olhos, pode haver inchaço devido ao acúmulo de líquido ao redor dos olhos (edema periorbital), protuberância ou deslocamento do olho (proptose), perda de visão e potencialmente cegueira. 

Por isso, neste artigo vamos te mostrar com detalhes o que é a mucormicose, o que causa a infecção, seus sintomas e como ela pode afetar os olhos. 

Então, continue lendo para saber mais e descubra também qual é a relação da mucormicose com a Covid-19.

O que é e o que causa mucormicose?

A mucormicose é um termo geral para um grupo de infecções incomuns causadas por um fungo. A mucormicose é adquirida, geralmente, quando os esporos dos fungos são inspirados (inalados) ou, menos comumente, penetram no corpo através de um corte na pele. 

Em outras palavras, como ela é uma infecção agressiva, as pessoas contaminadas correm risco de vida. 

Porém, isso ocorre em pessoas cujo sistema imunológico não funciona bem (imunocomprometido), como:

  • pessoas com diabetes mellitus não controlada;
  • ou com baixos níveis de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que ajuda o corpo no combate a infecção e cura a si mesmo (neutropenia);
  • e ainda, cujo sistema imunológico está sendo suprimido por medicamentos (imunossupressão) como parte do tratamento para câncer de sangue (malignidade hematológica), transplante de células-tronco hematopoiéticas ou transplante de órgão sólido. 

Alguns pontos importantes que você precisa ter em mente é que:

  • a infecção não é contagiosa; 
  • o diagnóstico imediato e o tratamento precoce são essenciais;
  • o tratamento geralmente consiste em medicamentos antifúngicos e cirurgia.

Ao diagnosticar e iniciar o tratamento precocemente, é possível evitar que a infecção atinja estágios avançados e afete os olhos.

Como mucormicose pode afetar os olhos?

A mucormicose afeta dentes, seios da face e olhos. No entanto, o envolvimento dos olhos é um estágio avançado que pode afetar o sistema nervoso central, ameaçando a vida e levando a remoção completa do olho, deixando uma cavidade.  A desfiguração é tratada por procedimento cosmético, nesse caso.

Contudo, nem todos os casos podem exigir a remoção do olho, mas ainda assim a mucormicose pode causar deficiência visual. 

De acordo com os Drs. Mohana Majumdar, presidente da Sociedade de Oftalmologistas de Nagpur, e Ashish Thool de Vidarbha, a extração ocular é necessária quando há uma ameaça ao sistema nervoso que, em última análise, coloca a vida em risco. Portanto, essa é uma consequência do relato tardio devido a ignorar os primeiros sintomas. 

Mesmo com as estimativas oficiais sendo feitas, de acordo com estimativas aproximadas, a remoção dos olhos pode ter acontecido em 75 casos, conforme disseram aqueles que lidam com a doença. 

Portanto, o lado bom disso tudo é que os casos de mucormicose estão caindo junto com o declínio nos casos de Covid-19.

Entenda a relação entre a mucormicose e Covid-19?

Além da taxa de mortalidade geral de 50%, a mucormicose pode ser desencadeada pelo uso de esteroides. É o que alguns médicos acreditam. Esses, por sua vez, são usados como tratamento e salva vidas para pacientes com Covid-19 graves e criticamente enfermos.

Como resultado disso, os esteroides reduzem a inflamação nos pulmões devido à Covid-19 e parecem ajudar a interromper alguns dos danos que podem ocorrer quando o sistema imunológico do corpo entra em atividade para combater o coronavírus. 

No entanto, eles também reduzem a imunidade e elevam os níveis de açúcar no sangue em pacientes diabéticos e não diabéticos com Covid-19. E por isso, os médicos acreditam que essa queda na imunidade possa estar desencadeando esses casos de mucormicose.

“O diabetes reduz as defesas imunológicas do corpo, o coronavírus o agrava e, em seguida, os esteroides que ajudam a combater a Covid-19 agem como combustível para o fogo”, disse o Dr. Nair, médico em três hospitais em Mumbai, na Índia. 

O Dr. Nair diz já atendeu cerca de 40 pacientes com infecção fúngica em abril, sendo que muitos deles eram diabéticos que se recuperaram da Covid-19 em casa. Como resultado, 11 deles tiveram que ter um olho removido cirurgicamente.

Sintomas da mucormicose

Entre os sintomas da mucormicose, o mais comum é uma infecção sinusal (sinusite) que é acompanhada por congestão nasal, secreção nasal e dor nos seios da face. 

Contudo, também podem ocorrer:

  • febre e dor de cabeça;
  • perda de tecido (necrose) do céu da boca (palato);
  • desintegração da parede fina da cartilagem e osso que divide as narinas (septo);
  • inchaço da área ao redor do nariz (área perinasal);
  • vermelhidão (eritema) da pele que recobre os seios da face e a órbita do olho;
  • descoloração azulada da pele perto dos seios da face ou da órbita ocular; 
  • visão embaçada ou visão dupla.

Caso se espalhe para o cérebro, pode ocorrer:

  • letargia;
  • convulsões;
  • fala arrastada;
  • paralisia parcial;
  • anormalidades dos nervos da face e dos olhos (neuropatias cranianas);
  • abscesso cerebral;
  • alteração da consciência;
  • coma.

Mucormicose: mitos e verdades

Há inúmeros mitos sobre a mucormicose. Mas ainda assim, entre eles também há muitas coisas que são verdadeiras. Por isso, fizemos uma lista com os principais mitos e verdade sobre essa infecção.

Mitos

  • A cirurgia de remoção do olho é necessária em todos os casos.
  • O único tratamento para todos os casos em que o olho é afetado é a cirurgia.
  • O problema ocular não responde a medicamentos.
  • Enfrentar o problema do seio da face não resolve o problema do olho.

Verdades

  • A cirurgia de remoção de olho não é necessária na maioria dos casos.
  • A maioria dos casos de perda de visão ocorre por causa do bloqueio do suprimento de sangue e não devido à entrada do fungo nos olhos.
  • Injeções aplicadas para eliminar o fungo ao redor dos olhos dão uma boa resposta. Essa é outra opção além da cirurgia.
  • Realizar uma boa limpeza dos seios da face ajuda na cura, reduzindo a carga fúngica e, portanto, beneficia na resolução do problema ocular.

Como é feito o diagnóstico

Há quatro formas de diagnosticar a mucormicose.

  • Imagem: uma vez que o diagnóstico de mucormicose tenha sido feito, a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) podem ajudar a delinear a extensão da infecção e podem orientar o desbridamento cirúrgico.
  • Biópsia: os sinais, sintomas e achados radiográficos de mucormicose são inespecíficos. O exame histológico direto de raspados ou biópsias de tecido envolvido ou secreções dos seios paranasais são bons diagnósticos. 
  • Histopatologia com colorações especiais: Grocott-Gomori metenamina-nitrato de prata, ácido periódico-Schiff ou calcofluor white demonstra as hifas patognomônicas largas, irregulares, não septadas e ramificadas em ângulo reto.
  • Histopatologia: organismos mucorales podem ser vistos invadindo o tecido conjuntivo (setas). As formas típicas de hifas são largas com paredes celulares irregulares, finas e não paralelas sem septos.

Tratamento da mucormicose

O tratamento para mucormicose pode ser feito por meio de medidas médicas, utilizando terapias como:

  • Acidemia e hiperglicemia, junto com a iniciação antifúngica imediata.
  • Anfotericina B à base de lipídios, que destrói a parede celular do fungo, é o tratamento médico de primeira linha para a mucormicose e deve ser iniciada assim que houver suspeita do diagnóstico.
  • Posaconazol, um triazol que inibe o crescimento do fungo, foi proposto como um adjuvante promissor ou tratamento alternativo para a mucormicose.

Ou ainda, as medidas cirúrgicas devem ser consideradas no início do tratamento, já que os medicamentos sistêmicos geralmente não conseguem atingir o tecido infectado devido à vaso-oclusão:

  • remoção do tecido necrótico;
  • exenteração orbitária, junto com a remoção dos seios da face.

Quando afeta os olhos é tarde demais para tratar mucormicose?

O oftalmologista pode ser o primeiro médico a ver um paciente com essa condição altamente mórbida. Já que a mucormicose pode envolver a órbita e outras estruturas oculares.

Por isso, é importante fazer um diagnóstico rápido e diferenciado, pois o atraso no diagnóstico pode ser fatal. O gerenciamento médico e cirúrgico agressivo é fundamental, e os pacientes provavelmente precisarão de gerenciamento conjunto com vários serviços. Assim, será possível reverter o quadro.

Agora então, o quadro pode ser irreversível, nos casos onde o diagnóstico é tardio e a infecção já está muito avançada a ponto de o paciente estar perdendo a visão. Por isso, é importante estar sempre em dia com a sua saúde.

Está em dia com seus testes de visão?

Por isso, consultar regularmente um oftalmologista é a melhor forma de manter sua saúde ocular em dia. Pois além de detectar problemas de visão, seu médico também pode diagnosticar outras condições que não se iniciam nos olhos.  Então, visite seu médico pelo menos 1 vez por ano.

Nós da Lenscope temos o propósito de melhorar a visão das pessoas: um par de olhos por vez. Por isso, desenvolvemos o teste de visão online que analisa com precisão seu grau de astigmatismo e miopia sem custo. 

Ou seja, agora é possível você saber se o seu grau mudou e se é a hora de se consultar com o oftalmologista.

mucormicose - teste de visão

Fonte

Rarediseases

Timesofindia

Bbc

Axiseyeclinic

Aao

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 1

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Lenscope

A Lenscope descomplica a correção visual, oferecendo lentes para óculos com todos os tratamentos entregues em casa a uma fração do custo. Desenvolvemos tecnologias que possibilitam uma jornada 100% digital, precisa e acessível, permitindo oferecer produtos superiores até 70% mais baratos do que alternativas encontradas em ópticas tradicionais. Fomos incubados pela Eretz.bio, incubadora do Hospital Albert Einstein, acelerados pela Samsung, através do programa Creative Startups e recebemos apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), no desenvolvimento tecnológico. Fazemos parte do Cubo Itaú e da Supera, parque tecnológico da USP de Ribeirão Preto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *