Doenças nos olhos são fatores de risco para COVID-19? Entenda aqui

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É possível afirmar que as doenças nos olhos não são fatores de risco para a COVID-19.

Há pouquíssimas evidências, documentadas, de que as doenças oculares potencializem as complicações causadas pelo vírus Sars-Cov-2. 

Dito isso, os agravantes para o novo coronavírus continuam sendo aqueles já sabidos: hipertensão, diabetes e problemas respiratórios mais graves, por exemplo.  

No entanto, vamos te explicar o que devemos ficar alertas em relação às doenças nos olhos mais comuns e o COVID-19.

Glaucoma é um fator de risco para agravamento do COVID-19?

Ainda não há evidências de que o glaucoma aumente as possibilidades de uma pessoa desenvolver COVID-19. 

Mas, é preciso fazer um alerta! A higienização constante é uma medida que nos protege do contato com o vírus.

Por isso dessa forma, aqueles que fazem uso de colírios para o glaucoma precisam higienizar as mãos. E, se necessário, o recipiente com o medicamento, antes de administrá-lo. 

Catarata é um fator de risco para agravamento do COVID-19?

Também não! 

Afinal, nenhum dado científico comprovou, ou sugeriu, qualquer relação da catarata com as chances de o paciente ser acometido pela doença. 

Degeneração macular é um fator de risco para agravamento do COVID-19?

Da mesma maneira que as doenças ditas acima, não! 

Nenhuma publicação científica propôs, até o momento, qualquer ligação entre a degeneração macular e a condição causada pelo novo coronavírus. 

Retinopatia diabética é um fator de risco para agravamento do COVID-19?

Mesmo que as evidências científicas confirmem a preocupação com os diabéticos, pois eles estão no grupo de risco para o desenvolvimento de um modo mais severo do COVID-19, não existe nenhum dado de que a retinopatia diabética agrave os sintomas causados pelo Sars-Cov-2, ou exponha ainda mais alguém ao risco de ficar doente.  

Conjuntivite é um fator de risco para agravamento do COVID-19?

É fato que um número bastante pequeno de pacientes, acometidos pelo coronavírus mais recente, possa, atualmente, sofrer de conjuntivite

Mas, semelhante às patologias citadas acima, ainda não há comprovações majoritárias de que a conjuntivite seja uma condição adjacente ao aumento do risco de infecção pelo COVID-19. 

Todavia, estudos da Academia Americana de Oftalmologia mostraram que a conjuntivite pode ser um sintoma raro e que a lágrima da pessoa infectada pode transmitir COVID-19.

A relação entre os olhos e o Coronavírus

É comum haver dúvidas se os olhos podem ser contaminados pelo novo Coronavírus ou mesmo contribuir para a disseminação do vírus. 

Afinal se a conjuntiva, membrana mucosa que cobre a superfície do olho, tiver contato com o vírus, seja por um espirro, tosse ou pelo toque com as mãos sujas, o resultado pode ser uma infecção.  

Então, o nosso órgão responsável pela visão não é apenas uma porta de entrada para o COVID-19, mas ele pode apresentar sinais quando o paciente está com a doença. 

Por isso, veja os sinais mais comuns que nossos olhos podem ter, nos dizendo se estamos ou não com COVID-19.

Dor nos olhos

Uma pesquisa recente da BMJ Open Ophthalmology mostrou que a dor nos olhos pode ser um indicativo de COVID-19. 

Os pesquisadores mapearam pessoas que tiveram teste positivo e perguntaram o que elas sentiam. Após os relatos, foi notado que as dores oculares se tornaram mais frequentes, se comparado o período sem a doença. 

Aliás, além da dor, a fotofobia (sensibilidade à luz) também foi uma das queixas dos indivíduos analisados.

Apesar de um número pequeno relatar esse fato, cerca de 18%, a sensibilidade foi comum entre os pacientes, durante o período que estavam com a doença. 

Olhos vermelhos

Outra constatação, feita pela enfermeira norte-americana Chelsey Earnest em uma reportagem na CNN, é que o olho vermelho pode ser uma reação a ser considerada nas ocorrências de COVID-19. 

Lesões na retina

Cientistas nacionais da Universidade Federal de São Paulo, a UNIFESP, evidenciaram que o novo coronavírus pode estar associado a lesões causadas na retina

Veja mais detalhes sobre o estudo.

Sequelas nos olhos pós-COVID-19

Apesar de as doenças nos olhos não serem fatores de risco para o COVID-19, devemos ficar atentos a possíveis sequelas caso o teste para o Coronavírus seja positivo. 

Esse alerta vem de um estudo realizado com o propósito de analisar as manifestações oculares e a permanência do vírus na conjuntiva de pacientes com COVID-19.

Publicado em março de 2020, o estudo trouxe mais informações após observações nos olhos dos pacientes que testaram positivo para a infecção. 

De um total de 38 pacientes analisados, 12 deles tiveram manifestações no globo ocular consistentes com conjuntivite, incluindo hiperemia conjuntival, quemose, epífora e aumento de secreções.

Dentre as 12 pessoas que apresentaram alterações nos olhos, 4 tiveram manifestações moderadas. Identificados como graves foram 2 casos. E os outros 6 como críticos, de acordo com as diretrizes da pesquisa.

Veja detalhes sobre o estudo

Mas, além disso, outro fato curioso é que a epífora – quando os olhos lacrimejam abundantemente – foi relatada, em 1 dos casos, como o primeiro sintoma de COVID-19. Outro apresentou conjuntivite como o primeiro sinal da doença. 

Os sintomas nos olhos e o agravamento do quadro de COVID-19

Outro estudo reafirmou que, além da conjuntivite, a vermelhidão ocular, irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento e quemose podem ser sentidos por pacientes acometidos pelo COVID-19. 

Ainda de acordo com a análise, não houve complicação de manifestações oculares de COVID-19. No entanto, é preciso esclarecer que outras investigações, estudos e acompanhamentos mais duradouros não tenham sido feitos.

A partir desses dois estudos, foi possível perceber que nenhum paciente apresentou visão embaçada, hemorragia subconjuntival, equimoses palpebrais, cicatriz conjuntival, ceratite ou formação de pseudomembrana.

Uma terceira pesquisa alerta sobre os riscos de contágio através das secreções oculares, causadas pela conjuntivite. 

Os oftalmologistas são os primeiros especialistas visitados, quando há alterações nos olhos. Sendo assim, ao avaliar um paciente com COVID-19, o médico e o próprio paciente precisam de mais zelo. 

Mas, por mais que não haja um consenso quanto à taxa real de ocorrência da conjuntivite viral com COVID-19, as medidas de segurança devem ser rigorosamente seguidas. 

Outro fato a ser considerado é que há grandes chances de pessoas que tiveram a doença precisarem no futuro de atenção oftalmológica.

Isso pode acontecer, porque com a falta de uma terapia direcionada, os tratamentos para o combate ao Sars-Cov-2 são realizados com altas doses de medicações. E isso pode ser responsáveis pelo aparecimento da retinopatia. 

Outros que têm probabilidade de requererem auxílio de um oftalmologista são os diabéticos.

Mas, como o isolamento social obrigou que ficássemos em casa, muitas pessoas com diabetes podem ter perdido o controle da doença, por conta das consultas médicas realizadas com menos frequência e rigidez. 

Então veja a seguir, os sintomas nos olhos mais comuns.

Sintomas nos olhos mais comuns relacionados à COVID-19

Cientistas turcos examinaram 93 pacientes hospitalizados com COVID-19 e relataram que os sintomas oculares mais comuns são: 

  • Hiperemia (olhos vermelhos): 20 pacientes (21,5%)
  • Fotofobia (intolerância à luz): 15 pacientes (16,1%)
  • Coceira: 13 pacientes (15,7%)
  • Epífora (olhos lacrimejantes): 9 pacientes (9,7%)
  • Conjuntivite folicular (inchaço grave da conjuntiva): 8 pacientes (8,6%)
  • Sensação de queimação: 7 pacientes (8,4%)
  • Sensação de areia nos olhos: 5 pacientes (6,0%)
  • Visão turva: 4 pacientes (4,8%)
  • Quemose (inchaço da conjuntiva): 3 pacientes (3,2%)
  • Episclerite (inflamação da esclera do olho): 2 pacientes (2,2%)

Mas vamos lá! Gostou do conteúdo? Então aproveite e deixe um comentário. Afinal, queremos saber como continuar ajudando você.

Fontes

Hindawi

JAMA Network

NCBI

Optometrists.org

Specsavers

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