Telemedicina na pandemia é utilizada no rastreamento de diabetes

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O prefixo tele, usado em telefone, televisão e telescópio, por exemplo, se refere à distância. Devido à nova realidade imposta pela pandemia da Covid-19, o distanciamento social virou regra restringe o acesso também à assistência médica e com isso, a telemedicina na pandemia ganha se prova cada vez mais útil. 

Por isso, a telemedicina, ou medicina à distância, tem se mostrado um importante aliado no combate, entre outras, às doenças oculares relacionadas à diabetes!

Nesse post, vamos explicar o que é, como funciona. Além disso, como os avanços tecnológicos nas áreas da telecomunicação e A.I estão levando a telemedicina a ter destaque na saúde pública e economia.

O que é telemedicina

Telemedicina significa medicina à distância, e aqui vamos fazer um breve resumo sobre sua origem e desenvolvimento até os dias de hoje.

Com o final da segunda guerra mundial, surgiu um novo mundo com capacidade de produção e avanços tecnológicos nunca vistos na história.

Nesse cenário a telemedicina dava seus primeiros passos com a produção e acesso em massa de telefones, televisores e outros equipamentos. Com isso, se tornou possível essa nova forma de atendimento médico.

Afinal, telefone fixo, depois celulares e finalmente a internet chegaram para tornar mais simples e ágil a relação entre paciente e médico ou profissionais de saúde

Nos últimos anos, a popularização de computadores, tablets e smartphones tem facilitado as consultas por videoconferências.

Ainda vale ressaltar os avanços da Inteligência Artificial (IA), área de pesquisa que utiliza recursos tecnológicos capazes de gerar mecanismos e/ou dispositivos que conseguem reproduzir a capacidade do ser humano de pensar e resolver problemas. 

Em outras palavras, ser racional.

A telemedicina é mais uma das áreas que avançou bastante com os recursos da inteligência artificial, com destaque nas áreas de diagnósticos, definições de prioridades ou casos de urgências.

Telemedicina na pandemia: o rastreamento da retinopatia diabética

A retinopatia diabética é uma importante complicação ocular do diabetes. Assim como as complicações que pode causar nos rins, no coração e no cérebro, a retinopatia é uma alteração microvascular que está ligada ao pior controle e maior tempo da doença. Aliás, é muito específica e identificada ao realizar o exame de fundo de olho. 

A mudança do modelo tradicional de rastreamento da retinopatia diabética para um programa baseado na telemedicina tem potencial para evitar que o paciente se exponha ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.

Assim, ao optar pelo diagnóstico e tratamento oferecido pela telemedicina, o paciente monitora e trata possíveis retinopatias diabéticas e ajuda no esforço para o combate à epidemia da Covid-19 mantendo o isolamento social.

A telemedicina permite que os clínicos gerais desempenhem um papel fundamental na prevenção de retinopatias diabéticas.

Usando um retinógrafo, que pode ser portátil e acoplado a um smartphone pelo clínico geral, são captadas fotografias em alta resolução da retina. É como fazer um exame de mapeamento de retina. As imagens são enviadas, geralmente armazenadas na nuvem, a um médico oftalmologista, que elabora o diagnóstico e, se for o caso, o tratamento necessário, e encaminha de volta para o clínico geral.

Telemedicina no Brasil no combate a cegueira

Em novembro de 2020, foi realizado na Bahia um mutirão de rastreamento de retinopatias diabéticas em que a telemedicina teve papel fundamental.

Por 4 dias, cerca de 400 pacientes foram examinados, receberam o diagnóstico e foram encaminhados para o tratamento.

Com auxílio de um retinógrafo portátil acoplado a um smartphone, foram feitas imagens em alta resolução, sem necessidade de dilatar as pupilas dos olhos dos pacientes. Essas imagens foram então enviadas pela nuvem para os médicos oftalmologistas , que fizeram o telediagnóstico e emitiram os laudos à distância.

Conforme salientou o oftalmologista Rafael Andrade, membro da Comissão de Prevenção a cegueira do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e organizador do evento. A iniciativa pode ser considerada um marco histórico por ser a primeira campanha de assistência deste tipo no País, durante a pandemia de Covid-19.

Telemedicina na pandemia conta com apoio de parlamentares

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) promoveu no ano passado, no Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre diabetes, um mutirão de teleorientação chamado 24 horas pelo diabetes. No dia 21 daquele mês, pacientes de todo o Brasil tiveram a chance de participar de sessões virtuais com médicos voluntários. Os profissionais deram informações sobre como tratar, prevenir e as complicações decorrentes da diabetes.

A ação foi possível porque o Congresso Nacional, através da aprovação da lei 13.989/20, que liberou em caráter emergencial o uso da telemedicina durante a pandemia de Covid-19.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP),uma das autoras do Projeto de Lei 696/20, que originou a lei, elogiou a iniciativa do CBO e destacou que antes da pandemia existia barreira para o uso da telemedicina. Segundo ela, com isso existe facilidade no atendimento e  diagnóstico, evitando-se deslocamentos desnecessários.

Epidemia de diabetes em tribos, telemedicina é uma alternativa

A população dos índios xavantes é uma das mais vulneráveis ao novo coronavírus. Portanto, somado a isso, há uma epidemia silenciosa de diabetes tão perigosa quanto a de Covid-19.

Nesse sentido, um grupo de pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade de São Paulo (EPM-Unifesp) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) realizou um estudo com 157 índios xavantes das reservas Volta Grande e São Marcos, situadas no Mato Grosso.

Os exames apontaram que, dos 157 indígenas examinados, 95 (60,5%) tinham diabetes. Mas não foi possível avaliar se 23 deles (24,2%) apresentavam retinopatia diabética devido à opacidade do cristalino, causada pela catarata.

Nos 72 índios em que foi possível fazer o exame, constatou-se que 16 deles apresentaram a doença e 7 deles corriam risco de cegueira.

Com o objetivo de diagnosticar casos de retinopatia diabética e outras disfunções oftalmológicas nessas populações indígenas, os pesquisadores usaram um retinógrafo portátil acoplado a um smartphone.

As imagens produzidas e enviadas a um sistema de armazenamento por nuvem. 

Uma das vantagens é o diagnóstico preciso que permite detectar doenças do fundo do olho a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais.

Além disso, a telemedicina possibilita o diagnóstico a quilômetros do médico oftalmologista!

Telemedicina no Brasil diminui em mais de 90% o custo de rastrear diabetes

A literatura médica indica que em torno de 20% das pessoas com diabetes desenvolvem retinopatia diabética. Trata-se de uma das maiores causas de cegueira no mundo!

Felizmente, um grande aliado nessa luta, a telemedicina vem se tornando uma realidade cada vez mais presente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Como benefícios da telemedicina estão a ampliação do acesso à saúde em regiões distantes dos grandes centros, o diagnóstico precoce e a redução de casos graves. Além da sensível redução nos custos para os cofres públicos.

A pesquisa intitulada “Teleoftalmologia no rastreamento da retinopatia diabética”, realizada no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), concluiu que a redução aos cofres públicos no rastreamento de retinopatia diabética pode chegar a até 94%.

Segundo a autora, Grazielle Fialho de Souza, no momento em que os pacientes chegam ao médico, a visão já está com alto grau de comprometimento. 

O motivo é a ausência de sintomas enquanto a doença  se desenvolve. 

“Muitos não fizeram nenhuma avaliação antes de ter a visão prejudicada. Nosso objetivo é que pacientes não cheguem com quadros tão graves, já que a retinopatia é prevenível, pode ser controlada e mesmo regredir quando o diagnóstico é precoce”, explica.

Para chegar ao resultado, a pesquisa analisou os custos envolvidos no processo tradicional de tratamento, ou seja, consultas presenciais oftalmológicas na região de Viçosa, município da Zona da Mata, no estado de Minas Gerais. Ali,foi identificado além da necessidade da estrutura física de consultórios, os deslocamentos constantes a Juiz de Fora e Belo Horizonte.

O transporte para cada exame presencial custou, em média, 30,48 dólares (moeda adotada como padrão internacional para possibilitar comparações). Já o custo para pacientes atendidos por teleoftalmologia foi de 1,72 dólares.

A economia foi de 28,76 dólares, ou seja, 94% mais barato. 

Além disso, constatou-se também que 67% dos pacientes não precisaram de encaminhamento para avaliação presencial. 

Tal informação só reforça a importância da telemedicina como aliada no combate à pandemia de Covid-19. 

Você já utilizou a telemedicina na pandemia?

No século XXI, a tecnologia avança a passos largos e na medicina não tem sido diferente.

Videoconferências e exames viajando pelo ciberespaço já são uma realidade. Aliás, ainda mais estimuladas em tempos de pandemia. 

Ainda assim, não devemos deixar consultar regularmente com o oftalmologista no sentido de manter a boa saúde dos olhos e estar sempre atento às mudanças na visão.

Então, se você já teve alguma experiência com telemedicina compartilhe conosco nos comentários.

Mas se ainda não teve a oportunidade de usufruir dessa tecnologia, que tal fazer um teste de  visão gratuito e online desenvolvido por nossos especialistas?

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Fontes:

Medicina Ufmg

Portal telemedicina

Tv Europa

Cbo.net

Camara

Agencia Fapesp

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